Corrupção,  Crime Organizado,  Elites patéticas,  humanidade,  Manipulação da verdade,  Mediocridade,  Nepotismo

Portugal 2026: As Ruínas da Justiça, da Educação e da Saúde

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50 Anos de Liberdade e o País Cativo
50 Anos de Liberdade — e o País Continua Cativo

🇵🇹 50 Anos de Liberdade e o País Cativo:
A Democracia que Trocou o Povo pela Propaganda

Por Francisco Gonçalves
· Fragmentos do Caos / SofteLabs


Há meio século, prometeram-nos um país novo.
Disseram-nos que a liberdade seria o fermento da justiça, da prosperidade, da dignidade.
Meio século depois, temos mais liberdade formal — mas menos soberania, menos ética, menos verdade.

Os mesmos que celebram os “50 anos de democracia” são os que, nos bastidores, alimentam a corrupção, a desigualdade e o desespero social.
São os novos donos do regime — a casta dos democratas profissionais, que transformaram o poder num negócio hereditário.

Em 1974 prometeu-se Abril.
Em 2025 entregou-se Outubro — cinzento, burocrático e cativo.

1️⃣ A falácia da “evolução”

É mentira que Portugal tenha evoluído de forma justa.
Sim, há mais autoestradas, mais telemóveis, mais Erasmus, mais slogans europeus — mas há menos país.
O corpo modernizou-se; a alma apodreceu.

Os números não mentem: mais de 70% dos portugueses ganham menos de 1 200 euros.
A habitação tornou-se um luxo inalcançável, a saúde pública um caos institucional, a educação um ritual de formatação, e a justiça um palco onde o poder se absolve a si mesmo.

Não há democracia verdadeira quando a maioria vive na sobrevivência.
Há apenas um simulacro de liberdade, cuidadosamente encenado.

2️⃣ De ditadura política a ditadura económica

Salazar controlava o povo pelo medo; o novo regime controla-o pela dívida.
Mudou o chicote, mas não a lógica: a obediência é a mesma.
Agora o medo é de não pagar a renda, de perder o emprego, de envelhecer pobre.
Portugal tornou-se um campo de precariedade permanente — com bandeiras da Europa a cobrir as feridas.

A antiga censura foi substituída por algo mais subtil: o silêncio comprado através da dependência económica.
Quem paga a publicidade do Estado ou os fundos europeus raramente critica o poder.
E quem o faz, é imediatamente ostracizado como “pessimista” ou “reacionário”.

3️⃣ A ilusão do progresso

Mostram gráficos e “slides” com orgulho estatístico — mas escondem o essencial.
Portugal continua sem indústria significativa, sem inovação estrutural, sem soberania energética ou alimentar.
Vive de turismo e de serviços de baixo valor, como se o futuro pudesse ser construído sobre a areia da sazonalidade.

Não somos uma nação de empreendedores; somos uma colónia de estagiários.
Exportamos cérebros e importamos consultores.
Celebramos “startups” que não produzem lucro, e “centros de competência” que competem apenas em salários baixos.

É a era do PowerPoint patriótico — o país real já não cabe nas apresentações oficiais.

4️⃣ Corrupção e impunidade

O país é assaltado à luz do dia, mas com relatórios de auditoria.
O crime veste fato, distribui cargos e frequenta almoços institucionais.
A justiça portuguesa tornou-se um espetáculo de decadência moral — condena o cidadão, absolve o influente.

A democracia sem justiça é apenas uma forma elegante de tirania.
E a nossa, há muito, já aprendeu a usar gravata.

5️⃣ O engano coletivo

A geração que nasceu depois do 25 de Abril foi educada para acreditar que vivia no melhor dos mundos possíveis.
Cresceu a ouvir que “Portugal evoluiu imenso”, que “somos modernos”, que “estamos na Europa”.
Mas a modernidade sem soberania é cosmética — uma maquilhagem sobre a pobreza estrutural.

Em 50 anos de democracia, Portugal teve tempo, recursos e conhecimento para se reinventar.
Não o fez porque os que chegaram ao poder confundiram liberdade com privilégio e serviço público com carreira pessoal.

Salazar impôs o silêncio.
Os democratas instalaram o ruído — e chamaram-lhe pluralismo.

6️⃣ Conclusão: a liberdade adiada

Sim, Portugal é mais livre do que há 50 anos.
Mas continua refém — agora de elites partidárias, de interesses corporativos e de uma mediocridade travestida de consenso.
O país tem Constituição, mas não consciência.
Tem voto, mas não voz.
Tem liberdade, mas não futuro.

Um dia, talvez, faremos a verdadeira revolução:
aquela que liberte o povo dos seus falsos libertadores.

50 anos depois de Abril, Portugal não precisa de mais discursos — precisa de vergonha e de coragem.

Francisco Gonçalves
Fragmentos do Caos · Outubro 2025

“Só haverá liberdade a sério
quando houver justiça, educação e saúde para todos.”
(Lembrando Sérgio Godinho — e o sonho que Portugal ainda não cumpriu)


🌌 Fragmentos do Caos: BlogueEbooksCarrossel

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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