Assalto a "coisa pública",  Corrupção,  Manipulação da verdade,  Mediocridade,  Nepotismo

🃏 Portugal, o Casino da Esperança

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O País que Jogou a Democracia no Casino

🎰 Crónica sobre o vício nacional de apostar sempre nos mesmos

🃏 Box de Contexto
A cada anúncio da empresa de jogos “Sol Verde”, surge no pensamento coletivo a sombra simbólica da política portuguesa.
Promete-se sorte, ganha-se ilusão — e o povo, como bom apostador, insiste em jogar de novo.

Há algo de profundamente português em confundir esperança com aposta.
Nas televisões, brilha o anúncio da “Sol Verde”, convidando o povo ao prazer instantâneo do risco.
E, não sei porquê, a imagem do primeiro-ministro Montenegro parece saltar do ecrã, como se o país inteiro fosse uma roleta e o governo, o croupier que nunca perde.

O marketing diz “jogue com responsabilidade”.
A política sussurra “vote com confiança”.
E o resultado é sempre o mesmo:
a casa ganha, o povo perde, e o jogo continua — patrocinado pelos impostos de quem acredita que, desta vez, vai ser diferente.

O jogo da sorte e da retórica

O novo Portugal vive numa espécie de casino institucionalizado.
Há promessas reluzentes, luzes de néon legislativas, e uma música de fundo feita de slogans e soundbites.
Cada ministro é um jogador profissional, com fichas compradas à custa do Tesouro.
E o povo — sempre fiel — entra de novo, de boletim na mão, convencido de que é ele quem escolhe o número da sorte.

As eleições transformaram-se em rifas: “Vote e ganhe!”
Governo novo, política velha, e o mesmo prémio de consolação — um discurso sobre “esperança”, “estabilidade” e “confiança no futuro”.
Três palavras mágicas que, juntas, soam como um feitiço: “Não esperes nada, mas sorri enquanto esperas.”

A casa nunca perde

No casino político, a banca está sempre protegida.
Quando há falência, o povo cobre as perdas.
Quando há lucro, chamam-lhe “crescimento económico”.
E quando o azar é coletivo, inventam uma crise para justificar a redistribuição do nada.

O verdadeiro milagre português é este: perder sempre, mas continuar a acreditar.
Afinal, o jogo é tradição.
E o jogador português é um otimista profissional — aposta na política como quem aposta no Euromilhões: sabendo que não vai ganhar, mas precisando de acreditar que sim.

Sol Verde, sombra política

Talvez seja coincidência, talvez seja intuição.
Mas quando vejo “Sol Verde”, vejo o reflexo de um sistema onde o brilho da sorte encobre a sombra da corrupção.
É o mesmo país — o mesmo jogo — o mesmo espetáculo de roleta e discursos vazios.

E Montenegro, nesse palco iluminado, parece o gerente do casino:
sorri, convida, promete prémios.
Mas no fim, é sempre o povo quem paga a luz que o faz brilhar.


✍️ Crónica de Francisco Gonçalves
Série “Contra o Teatro da Mediocridade”
Publicada em Fragmentos do Caos

🎭 “Em Portugal, até o azar é gerido pelo Estado.”

🌌 Fragmentos do Caos: BlogueEbooksCarrossel

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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