
🟡 “Emails Fantasma, Contas Reais: A FPF e o Esconderijo Digital da Vergonha”
Portugal Prescreve: A Economia do Crime com Data de Validade
🕵️♂️ Operação Mais-Valia investiga suspeitas de corrupção na Federação Portuguesa de Futebol.
📧 Emails de Fernando Gomes (ex-presidente) e Rui Manhoso (ex-vice) foram pedidos pelo MP.
💥 Federação alega que as comunicações são “irrecuperáveis”.
⚖️ Um chefe das Finanças de Benavente foi constituído arguido.
⌛ Justiça corre contra o relógio — a prescrição aproxima-se.
Num país onde se controla até os tostões do contribuinte, é curioso — ou talvez trágico — como os milhões desaparecem silenciosamente. E com eles, os ficheiros, os emails, os vestígios, os culpados.
A Operação Mais-Valia não é apenas mais um nome de novela criminal portuguesa. É um espelho de tudo o que corre mal no país que prescreve: crimes económicos, memórias digitais, e responsabilidades políticas.
“Os emails são irrecuperáveis”, declara a Federação.
Conveniente. Muito conveniente.
Quando é o cidadão comum a falhar um pagamento, não há ficheiro que se perca. Mas quando são altos dirigentes, figuras públicas e gestores de topo… aí os discos rígidos corrompem, os servidores caem, as auditorias tropeçam e as investigações perdem-se num nevoeiro burocrático.
O país que se especializou em deixar os crimes passarem a prazo
Como é possível que uma Federação com meios, estrutura e financiamento não consiga recuperar comunicações internas relevantes para um processo judicial?
Como é possível que emails com indícios de práticas ilícitas se tornem *fantasmas digitais*?
Simples. Porque em Portugal, o tempo é o melhor advogado de defesa.
Basta esperar — e tudo prescreve.
Os crimes, os escândalos, os milhões.
Prescreve o crime, mas não a vergonha
Vivemos numa democracia que garante impunidade a quem mais rouba e exige sacrifícios de quem menos tem.
Um sistema onde o roubo de alto gabarito é apenas uma questão de esperar o tempo certo — como quem espera o fim de uma garantia para evitar pagar o conserto.
Mas o povo não prescreve.
A mágoa não prescreve.
A revolta, essa, acumula-se.
Publicado em: Fragmentos do Caos

