
O rosto da mentira torpe
Sergei Lavrov: O Diplomata da Mentira
Sergei Lavrov é ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia desde 2004, e tornou-se um dos principais rostos da propaganda russa no palco internacional.
Há homens que vivem da palavra. Há poetas, que a elevam à beleza, e filósofos, que a moldam à verdade. Depois há Sergei Lavrov, que a arrasta para o lodo.
Lavrov não fala — ele encena. Cada frase que pronuncia é uma peça de teatro onde o público é sempre o inimigo. Um diplomata que deveria ser o rosto da racionalidade internacional tornou-se o ministro da desinformação, o sacerdote da mentira compulsiva.
Com ar impassível, olhos semicerrados e voz metálica, repete absurdos com a calma de quem recita a tabuada. Hoje nega o que ontem afirmou. Amanhã contradiz o que negou. E tudo isto sem um piscar de olho, como se a verdade fosse apenas um brinquedo descartável.
Lavrov é o Houdini da retórica russa: transforma massacres em “operações especiais”, crimes de guerra em “provocações do Ocidente”, invasões em “respostas legítimas”. A sua função não é diplomacia, é alquimia do cinismo.
“Diz-se que a mentira tem perna curta. No caso de Lavrov, tem pernas longas — corre o mundo inteiro, atravessa conferências e ainda aparece nas televisões.”
No fundo, Lavrov é a encarnação de um sistema que não procura convencer, mas cansar. Fala tanto, mente tanto, distorce tanto, que os ouvintes acabam por desistir. É a fadiga como arma política.
E assim, entre sorrisos gelados e frases ensaiadas, Lavrov continua a desfilar como o maestro de uma orquestra onde só há instrumentos desafinados. Um homem que prova que a mentira, repetida mil vezes, não se torna verdade — mas pode tornar-se rotina.

