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⚖️ Cidadãos de Quatro em Quatro Anos

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O Voto Não Chega: A Democracia que Só Respira de Quatro em Quatro Anos

🗳️ “Ser cidadão não é votar — é vigiar o poder todos os dias.”

Hoje, Portugal vota.
As urnas enchem-se de boletins, os rostos mostram um civismo breve e o país, por um instante, acredita que a democracia voltou a respirar.
Mas amanhã, quando as televisões desligarem as câmaras e os discursos se calarem, o que resta desse sopro?

A maioria dos cidadãos ainda pensa que democracia é isto: um ritual periódico de esperança, uma cruz num papel, um domingo de fé cívica antes do regresso à apatia.
É o que os políticos querem — uma cidadania sonolenta, reduzida a figurante de quatro em quatro anos.

A ilusão democrática

Enquanto o povo acredita que o seu dever termina no voto, o poder político governa em silêncio, longe do olhar público.
E é nesse silêncio que se escondem as contas mal explicadas, os contratos obscuros, os orçamentos desviados e as promessas recicladas.
O sistema agradece: quanto menos o povo perguntar, mais fácil é administrar a ilusão.

Mas a democracia verdadeira não é uma procissão cívica — é um ato contínuo de vigilância.
Não se esgota nas urnas, nem se renova com slogans: vive da exigência diária, da fiscalização, da coragem de chamar as coisas pelos nomes e de pedir contas a quem gere o bem comum.

Cidadania é escrutínio

Ser cidadão é muito mais do que escolher partidos — é escrutinar o destino do dinheiro público, exigir transparência, questionar o poder local, e recusar o conforto da indiferença.
É dizer: “não basta prometer, quero ver cumprir”.
É perceber que a democracia não precisa apenas de votos — precisa de cidadãos despertos.

Hoje, na Sobreda e por todo o país, muitos votam com esperança.
Que essa esperança não se esgote com o fecho das urnas.
Porque a democracia não morre quando o povo deixa de votar — morre quando o povo deixa de prestar atenção.


✍️ Crónica de Francisco Gonçalves
Série “Contra o Teatro da Mediocridade”
Publicada em Fragmentos do Caos

🌌 Fragmentos do Caos: BlogueEbooksCarrossel

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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