
As Gerações do Ócio !
A Geração do Facilitismo
O sistema de ensino português, marcado pela baixa exigência e pelo nivelamento por baixo, tem contribuído para formar gerações menos resilientes.
Estudos da OCDE apontam para défices de literacia e numeracia, mesmo após anos de escolaridade obrigatória.
Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho regista fenómenos de jovens que recusam empregos considerados “menores”, perpetuando desigualdades e estagnação social.
Portugal construiu, nas últimas décadas, uma escola onde a exigência foi substituída pelo facilitismo, e onde o mérito cedeu lugar ao medo de ferir suscetibilidades.
O resultado é uma juventude que muitas vezes acredita estar acima do trabalho duro, mas sem o ter conhecido de verdade.
Há jovens, na flor da idade, que poderiam trabalhar — não lhes falta saúde, nem oportunidade — mas recusam.
Consideram-se superiores ao labor braçal que sustentou os seus pais e avós.
Não percebem que, ao negar o esforço, renegam também a dignidade que vem dele.
Os avós, com mãos calejadas, sabiam mais da vida do que muitos manuais.
Os pais, que se levantaram cedo durante décadas, carregavam consigo a honra de não depender senão do próprio suor.
Hoje, demasiados filhos e netos julgam que basta existir para merecer colher frutos que nunca plantaram.
Este é o erro geracional que Portugal alimenta:
uma educação que passa quem não aprendeu, uma sociedade que recompensa a esperteza em vez da competência,
e uma política que prefere cidadãos dóceis, anestesiados, a cidadãos exigentes e indomáveis.
Mas a verdade é simples e implacável:
sem exigência não há futuro; sem esforço não há dignidade; sem estudo duro não há liberdade.
Portugal precisa de reencontrar o fio perdido da excelência.
Não para transformar jovens em máquinas de trabalho, mas para lhes devolver a centelha da criação,
o gosto pela superação, o orgulho de conquistar pelo mérito aquilo que ninguém lhes poderá tirar.
O país que se contenta com facilidades fabrica gerações frágeis.
O país que exige, que educa com rigor, que valoriza quem estuda e trabalha, esse sim, ergue-se sobre pilares sólidos.
Portugal tem de decidir em que lado quer ficar.

