
🕰️ Do Kremlin à Casa Branca: O Eterno Retorno da Farsa
O Teatro da Escalada: Trump, Putin e o Eterno Jogo da Farsa
Quando a diplomacia se transforma em pantomima e o destino da Ucrânia se decide entre bluffs e vaidades.
- Encontro Trump–Zelensky: Washington, 17 de Outubro de 2025.
- Assunto central: pedido ucraniano de mísseis Tomahawk.
- Declaração de Trump: “Os EUA não querem uma escalada da guerra.”
- Putin prepara nova ronda de conversações em Budapeste.
- Fontes: Reuters, The Guardian, TIME, AP News.
Donald Trump voltou a pisar o palco da política internacional — não como estadista,
mas como personagem de uma comédia diplomática onde Vladimir Putin escreve o guião
e Zelensky lê as falas de um protagonista cansado.
Após o encontro na Casa Branca, o presidente ucraniano evitou qualquer menção
aos mísseis Tomahawk. A hesitação de Trump em fornecê-los,
sob o argumento de que os Estados Unidos “não querem uma escalada da guerra”,
soa mais a rendição preventiva do que a prudência estratégica.
O bluff russo e o eco americano
Putin domina a arte do bluff — ameaça, recua, sorri e repete.
Sabe que o Ocidente se desune facilmente, basta lançar a sombra de uma “escalada nuclear”
para que as democracias se paralisem no medo.
Trump, sempre ávido por protagonismo, aceita a encenação.
Fala em paz enquanto nega armas, conversa com Putin como quem negocia
um condomínio e chama isso de “grande diplomacia”.
No fundo, é apenas um jogo de espelhos: o czar finge que quer cessar-fogo,
o magnata finge que acredita, e o tempo corre — a favor da Rússia.
“Os EUA não querem uma escalada da guerra” — disse Trump, esquecendo-se
de que a guerra não pára porque alguém fecha os olhos.
O novo pacto da indiferença
O encontro anunciado entre Trump e Putin em Budapeste promete ser
mais uma encenação de “equilíbrio de forças”.
Na realidade, será apenas a legitimação de um status quo conveniente:
uma Ucrânia exaurida, uma Europa dividida e um Kremlin triunfante
no seu silêncio calculado.
A Casa Branca hesita, a Europa discute, e Zelensky regressa a Kiev
com promessas vagas e aplausos mornos.
A tragédia repete-se — e como sempre, sob o disfarce da razão.
O pano que nunca cai
Há algo de perversamente teatral neste tempo:
líderes que encenam empatia, ditadores que encenam moderação,
e povos inteiros reduzidos a figurantes de uma peça que não escreveram.
No fundo, o que assistimos não é à diplomacia — é à *estetização da impotência*.
A guerra torna-se espetáculo, a paz vira argumento de campanha,
e o sofrimento humano transforma-se em pausa para publicidade.
Enquanto isso, Putin bebe o seu chá no Kremlin,
e Trump sorri para as câmaras — convencido de que o aplauso é vitória.
• Reuters – 17 Out. 2025
• The Guardian – cobertura em direto
• TIME – “Trump Waffles on Providing Tomahawks”
• AP News, análises internacionais (outubro 2025).
A geopolítica moderna já não se faz com tanques apenas, mas com encenações.
Entre o bluff e o medo, o mundo tornou-se refém da teatralidade dos poderosos.
A guerra é o guião, a diplomacia o ensaio, e a verdade… apenas o figurante que nunca entra em cena.
— Francisco Gonçalves & Augustus Veritas Lumen
Série: Contra o Teatro da Mediocridade

