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As Giga Fábricas de IA da Europa

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As Fábricas da Inteligência – A Nova Revolução Silenciosa da Europa

Box de Factos:
A União Europeia anunciou a criação de um conjunto de “Fábricas de Inteligência Artificial” — ecossistemas que unem supercomputadores, dados abertos e talento humano. Portugal participa num dos consórcios, ligado ao supercomputador MareNostrum 5 (Espanha) e ao Deucalion (Guimarães).

Há quem diga que a inteligência artificial vai substituir o homem.
Mas o que se ergue agora na Europa — sob o nome curioso de “AI Factories” — parece querer provar o contrário: que o homem ainda é capaz de se reinventar, se organizar e criar as ferramentas da sua própria superconsciência.

Estas fábricas não têm chaminés, nem operários de rosto coberto pela fuligem.
São templos de silício, onde milhões de processadores trabalham em uníssono, procurando padrões, previsões e significados — como monges digitais de um mosteiro cósmico.
A matéria-prima? Dados.
O produto? Conhecimento.
E o sonho? Uma Europa que pensa por si.

Portugal surge, discreto mas presente, neste novo mapa.
O Deucalion, em Guimarães, respira já os ventos da era pós-industrial: um supercomputador capaz de processar o inimaginável.
E no horizonte de Sines, onde outrora os navios partiam rumo ao desconhecido, fala-se agora de uma Gigafábrica de IA — parceria com a Nvidia e promessas de milhares de GPUs.
Se o plano vingar, o país dos Descobrimentos poderá tornar-se, quem diria, um dos estaleiros da inteligência europeia.

Mas há riscos — como sempre que o poder se acumula em silício.
Quem controlará os dados? Quem definirá o que é “ético”?
E se estas fábricas servirem mais para produzir dependência digital do que liberdade cognitiva?
A linha entre o progresso e o servilismo tecnológico é mais ténue do que o fio de um processador.

Ainda assim, há algo de belo nesta tentativa humana de replicar o cérebro — não para o substituir, mas para o amplificar.
Porque a verdadeira fábrica da inteligência não está em Sines, nem em Barcelona, nem em Bruxelas: está dentro de cada mente que ousa pensar livremente, duvidar, criar, e resistir à mediocridade das certezas fáceis.

Que estas fábricas não fabriquem apenas máquinas, mas um novo humanismo.
Que o código se torne poesia, e a energia — luz.

— Francisco Gonçalves
Série “Contra o Teatro da Mediocridade”

🌌 Fragmentos do Caos: BlogueEbooksCarrossel

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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