Corrupção,  Manipulação da verdade,  Mediocridade,  Nepotismo,  País de Desigualdades e Injustiça

Portugal: país da indiferença e da Mentira Oficial

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Nascer no Átrio: a Tragédia da Indiferença

Box de Factos:
Um bebé nasceu no átrio do Hospital de Gaia após os pais terem sido mandados para casa numa primeira ida à urgência.
O pai afirma que a criança “bateu com a cabeça no chão” e foi sujeita a duas ecografias e uma TAC para despistar
hemorragias. O hospital diz estar a investigar, mas afasta de imediato a hipótese de negligência médica.

Portugal continua a ser o país onde até nascer é um acaso administrativo.
O bebé nasce no chão de um hospital — chão esse que, ironicamente, é o único ponto do edifício a cumprir a sua função:
dar suporte à vida.

O hospital apressa-se a esclarecer: “as circunstâncias estão a ser investigadas”.
Tradução simultânea: vamos abrir um processo interno para arquivar o processo externo.
É a liturgia sagrada da função pública — a missa da irresponsabilidade celebrada entre protocolos, formulários e cafés mornos.

Enquanto isso, um recém-nascido começa a vida com uma TAC à cabeça, não por ter nascido de forma violenta,
mas por ter nascido num país onde a indiferença é institucionalizada.
O cordão umbilical corta-se; o cordão burocrático, jamais.

Os profissionais em causa — protegidos pela névoa sagrada do sistema — já têm o argumento pronto:
“Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance.”
Sim, o alcance curto de quem confunde serviço público com emprego vitalício.

O hospital diz que não houve negligência.
Claro que não — a negligência em Portugal não se mede em factos, mede-se em estatuto.
Se a criança tivesse nascido num átrio de supermercado, o caso seria um escândalo.
Mas num hospital público? É apenas terça-feira.

“No átrio nasceu uma criança; na sala administrativa nasceu mais um relatório sem consequências.”

No fim, o pai fala — e desmente a versão dourada da instituição:
“Tanto é que caiu, que fez duas ecografias e uma TAC.”
E nós ficamos com a sensação amarga de viver num país onde a verdade cai, mas nunca aterra.

Augustus Veritas & Francisco Gonçalves
Série: “Contra o Teatro da Mediocridade”

🌌 Fragmentos do Caos: BlogueEbooksCarrossel

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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