
Em Portugal o Crime compensa sempre
Crimes Económicos, Corrupção e Branqueamento Disparam
Relatório do Ministério Público traça um quadro negro: os crimes financeiros aumentam ano após ano,
mas a esmagadora maioria continua a ser arquivada por “falta de provas”.
O crescimento dos processos não é sinal de justiça eficaz, mas sim de um sistema incapaz de enfrentar o poder económico e político.
Quanto mais investigações surgem, mais claro se torna que os grandes crimes vivem numa zona de sombra onde a lei não chega.
Este é o paradoxo português: os relatórios registam números alarmantes, a comunicação social noticia a escalada,
mas quando chega a hora de punir os responsáveis, o silêncio jurídico toma conta da cena.
O arquivamento por “falta de provas” tornou-se o eufemismo oficial para a impunidade institucionalizada.
Em Portugal, a criminalidade financeira não é combatida: é arquivada.
Enquanto isso, o cidadão comum assiste incrédulo: quem rouba pão vai a tribunal, quem rouba milhões
discursa em conferências sobre ética.
O país vive aprisionado num teatro de justiça seletiva — severa com os fracos, benevolente com os poderosos.
Série Contra o Teatro da Mediocridade – Fragmentos do Caos

