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O Destino provável do Universo

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Dissipação cósmica

O Universo entre a Tragédia e o Frio

O imaginário humano gosta de finais grandiosos.
E o Big Crunch é o mais trágico de todos: o cosmos inteiro, depois de expandir-se, travaria, hesitaria — e então a gravidade chamaria tudo de volta. Galáxias cairiam umas sobre as outras, estrelas seriam despedaçadas, até que cada partícula de matéria fosse sugada para uma singularidade final.
Um fim à altura de uma epopeia: o universo devora-se a si próprio.

Mas a ciência de hoje, menos lírica e mais cruel, aponta para outro desfecho.
As observações dizem-nos que a expansão do universo não abranda: acelera. A tal “energia escura”, misteriosa e invisível, empurra o espaço para fora, afastando galáxias cada vez mais depressa. Não haverá recuo. Não haverá colisão final.

O que resta é um destino lento, silencioso, quase burocrático: o Big Freeze.
As estrelas morrerão, os buracos negros evaporar-se-ão, e o universo tornar-se-á um deserto frio, onde nem mesmo a memória terá onde se agarrar. Não tragédia, não catarse — apenas o silêncio interminável do vazio.

A dispersão é a coerência íntima do universo: tudo o que existe, existe para se dissipar.

O Big Crunch era humano demais, poético demais.
A expansão eterna, pelo contrário, é quase desumana: não dá palco, não dá clímax, apenas dispersão.

E no entanto, entre a poesia do colapso e a frieza da diluição, continuamos nós — frágeis, efémeros, mas conscientes.
O universo pode não prometer espetáculo no fim. Mas enquanto pensamos nele, enquanto escrevemos, sonhamos e lembramos, o cosmos tem o seu drama: nós somos a tragédia, nós somos o clímax, nós somos o palco onde ainda há sentido.

Anotações adicionais —

Imagem de superficie cósmica criada com script Python , comparativo que mostra três destinos possíveis do universo no mesmo gráfico : a) Big Crunch → 𝑤 = − 0.5 w=−0.5 (energia exótica menos “repulsiva”) b) Expansão eterna → 𝑤 = − 1 w=−1 (constante cosmológica) e c) Big Rip → 𝑤 = − 1.2 w=−1.2 (energia “fantasma”)
scenarios = {
“Big Crunch (w=-0.5)”: -0.5,
“Expansão eterna (w=-1)”: -1.0,
“Big Rip (w=-1.2)”: -1.2
}
Fonte : OpenAI (c)

Dissipação cósmica


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Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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