
O Ocidente ou a barbárie
A Guerra na Ucrânia: O Que Está Verdadeiramente em Causa
Entre a sobrevivência da Europa e o colapso civilizacional do Ocidente
“Negociar com Putin não é paz — é rendição disfarçada.”
O mundo ocidental parece ainda não ter compreendido a essência do que está em jogo.
A Rússia de Vladimir Putin não trava uma guerra limitada — mas sim uma campanha expansionista de corrosão estratégica, contra tudo o que resta da ordem democrática internacional.
Não haverá cessar-fogo honesto com um regime que viola sistematicamente as convenções internacionais, que bombardeia civis, que sequestra, tortura e distorce a verdade.
Putin reconhece apenas um idioma: a linguagem bruta da força.
A Ilusão da Diplomacia e a Fraqueza do Ocidente
Falar de paz, neste momento, é dar argumentos ao agressor. É aceitar que a barbárie possa negociar condições. E isso é inaceitável.
A Europa — lenta, dividida, submissa — arrasta os pés enquanto a Ucrânia sangra, e a NATO hesita perante a escalada da ameaça.
Nos EUA, a retórica de Donald Trump promete “parar a guerra em 24 horas” — mas à custa de quê? Da integridade territorial da Ucrânia? Da submissão ocidental ao terror geopolítico russo?
“Se Trump insistir em ceder, fará a América pequena pela primeira vez.”
A verdade nua e crua é esta: ou o Ocidente se une, ou desaparece como força moral e geopolítica.
A Sombra dos Novos Bárbaros
Putin não está só.
Ao seu lado perfila-se um eixo que inclui o Irão, a Síria, e uma China silenciosa — paciente, estratégica, letalmente pragmática. Todos observam. Todos testam os limites da nossa hesitação.
O que se joga na Ucrânia vai muito além das suas fronteiras. É o destino da Europa que está em causa. É a sobrevivência da ideia de liberdade política, de soberania democrática, de civilização ocidental.
“Se deixarmos a Ucrânia cair, seguem-se os Bálticos, a Moldávia, a Polónia. E depois, o silêncio do medo sobre todo o continente.”
O Louvor a Israel e a Convergência das Lutas
Pode haver discordância sobre a política israelita.
Mas no campo das democracias armadas, Israel é, na sua essência, a linha de frente contra a barbárie do Médio Oriente: contra o Hamas, o Hezbollah, o Irão e todos os que desprezam o Estado de Direito e celebram o martírio como método político.
A luta de Israel é, portanto, parte da mesma luta da Ucrânia.
E se o Ocidente não perceber isso, então já começou a sua própria queda — tal como aconteceu com a Roma decadente, com a Atenas enfraquecida, com a Pérsia que perdeu o seu norte.
Conclusão: A Hora da Decisão
Não haverá reconciliação possível com quem professa a guerra como destino.
Putin só será travado por uma força igual ou superior. E a Europa, se quiser ter futuro, tem de acordar agora.
“Não se combate o monstro com ternura, mas com coragem e espadas afiadas de lucidez.”
A história julgará os que hesitarem.
E reverenciará os que souberem ver, cedo, que esta não é apenas uma guerra pela Ucrânia — é uma guerra pelo direito de sermos civilizados.
Francisco Gonçalves, Setembro de 2025

