J.D. Vance — O Incendiário Silencioso

J.D. Vance confirma-se como um dos políticos mais perigosos do nosso tempo.
Enquanto Trump sempre cultivou a retórica do choque e da teatralidade,
Vance prefere a pose mais fria, mas não menos incendiária.
O episódio recente — assumir o programa de Charlie Kirk e apelar à denúncia pública de críticos — é revelador.

A Delação como Arma Política

Quando um vice-presidente dos EUA pede a cidadãos que “liguem para o empregador”
de quem pensa diferente, não estamos perante liberdade de expressão.
Estamos perante intimidação, perseguição e o início de uma cultura de medo.
É a velha tática de regimes autoritários: transformar a crítica em traição,
e o opositor em alvo social.

Trump e Vance: Duas Faces, o Mesmo Veneno

Trump e Vance partilham o mesmo combustível político — o ódio.

• Ambos destilam ressentimento como bandeira.
• Ambos espalham mentiras grosseiras para mobilizar as massas.
• Ambos cultivam uma visão de sociedade feita de desconfiança, denúncia e confronto.

A diferença é que Vance sabe jogar o papel do “intelectual de guerra cultural”:
fala de valores, identidade e tradição.
Mas por baixo dessa capa está a mesma máquina corrosiva que corrói democracias.

O Terror Civil

O perigo é real.
Quando figuras no topo da hierarquia política dos EUA normalizam a ideia de perseguir adversários
através da exposição social e profissional, legitima-se uma forma de terror civil.
Não há diferença entre o apelo de Vance e a lógica de regimes que sempre viveram da
vigilância mútua, do dedo apontado e da punição dos dissidentes.

Uma Democracia Degenerada

A América, com Trump e Vance, não se aproxima apenas de um populismo ruidoso.
Aproxima-se de uma democracia degenerada, onde pensar diferente é risco
e onde a obediência cega se torna virtude.
Este é o verdadeiro perigo: o medo cala mais rápido que o argumento,
e a delação destrói mais fundo que o debate.