
Relatório Draghi: O que não foi nencionado
📌 Factos Rápidos
- Autor: Mario Draghi, ex-presidente do BCE e ex-primeiro-ministro italiano.
- Tema: Relatório sobre competitividade da União Europeia.
- Mensagem-chave: Resultados em meses, não em anos.
- Contexto: Conferência de alto nível da Comissão Europeia, setembro de 2025.
O Relatório Draghi: Campainha de Alarme ou Roteiro de Futuro?
O relatório de Mario Draghi não é um documento técnico qualquer.
É um grito de urgência: a União Europeia está a caminhar devagar,
quase em marcha atrás, enquanto os grandes blocos mundiais aceleram a um ritmo vertiginoso.
O Diagnóstico
Draghi aponta para a lentidão e inércia da máquina europeia como o cancro da competitividade.
Empresas e cidadãos estão cansados de ver Bruxelas perder-se em relatórios e compromissos mornos.
Enquanto a China multiplica fábricas e os EUA multiplicam chips, a Europa multiplica comités.
A Urgência
A sua exigência é clara: “Resultados em meses, não em anos.”
No século XXI, um atraso de cinco anos significa perder uma geração inteira de inovação.
Em áreas como a inteligência artificial, semicondutores ou energia verde,
esse atraso não é apenas custoso — é fatal.
Competitividade como Bandeira
Draghi propõe um plano unificado de competitividade, em vez de fundos dispersos.
A Europa precisa de se tornar criadora de padrões globais e não apenas reguladora.
Precisa de pensar como potência industrial e tecnológica, e não apenas como clube regulatório.
O Que Falta Dizer
Aqui começa o silêncio do relatório — ou, pelo menos, a sua timidez.
Não basta apontar a lentidão: é preciso dizer como cortá-la.
- Decisão Política: O sistema de 27 países com unanimidades paralisantes é insustentável.
- Inovação e Risco: A Europa financia start-ups, mas não cria gigantes. Falta ousadia.
- Defesa e Geopolítica: Competitividade também é autonomia estratégica. O relatório é tímido aqui.
- Educação: Sem universidades reformadas e sem retenção de talentos, não há futuro tecnológico.
- Burocracia: Falar em lentidão sem atacar a máquina de Bruxelas é varrer o problema para baixo do tapete.
Conclusão
O relatório Draghi soa como uma campainha de alarme: forte, lúcido, mas ainda sem tropas para marchar.
A Europa precisa menos de burocratas e mais de criadores.
Menos papéis e mais protótipos.
Menos medo e mais ousadia.
O futuro não se constrói em relatórios. Constrói-se em decisões corajosas.
E o tempo para essas decisões não é daqui a dez anos. É agora.
Artigo autoria de
📖 Francisco Gonçalves

