
A União Europeia precisa unir-se sobre inovação
📌 Factos Rápidos
- Orador: Mario Draghi, ex-presidente do BCE e ex-primeiro-ministro italiano.
- Contexto: Conferência de alto nível sobre competitividade da UE.
- Crítica: Lentidão e inércia da União Europeia.
- Mensagem central: Resultados em meses, não em anos.
Draghi, o Eco da Urgência na Europa
O antigo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, não é homem de metáforas vagas.
Em plena crise do euro, ofereceu ao mundo o famoso “whatever it takes”, que salvou moedas e mercados.
Agora, volta a erguer a voz, mas não para salvar o euro — desta vez, para salvar a competitividade da União Europeia.
A crítica foi frontal: a União arrasta-se num passo lento, quase paralisado, enquanto o planeta inteiro corre
em modo acelerado. Os cidadãos estão desiludidos, as empresas frustradas.
Bruxelas responde com relatórios, comissões e compromissos mornos — quando o que se pede é decisão, coragem e ação.
Meses, Não Anos
Draghi sublinhou que os resultados têm de surgir em meses e não em anos.
A matemática da competitividade global é implacável: cinco anos de atraso equivalem a uma eternidade.
Num cenário onde a China multiplica fábricas, os EUA multiplicam chips e a
Índia multiplica talentos, a Europa continua a multiplicar dossiês.
A Metáfora da Tartaruga
A imagem que fica é a de uma Europa tartaruga em plena corrida contra foguetes.
A União, tal como está, não resiste à velocidade do século XXI.
A burocracia engole a ousadia. O compromisso estéril substitui a visão.
As grandes ideias perdem-se em traduções e revisões intermináveis.
Um Continente de Ação, não de Pastas
A mensagem de Draghi pode ser lida como apelo final:
“Troquem o peso das pastas de documentos pelo voo das ideias transformadoras.”
A União Europeia só terá futuro se deixar de se ver como um rebanho de 27 vontades fragmentadas
e passar a agir como uma força una, ousada e prática.
Não é mais tempo de comissões. É tempo de missões.
Conclusão
Draghi não trouxe apenas crítica: trouxe um eco de urgência.
Resta saber se Bruxelas tem ouvidos para escutá-lo e coragem para se mover.
Porque o relógio da história não espera. E a Europa, se hesitar, arrisca-se a perder não apenas a corrida —
mas o próprio futuro.
Artigo autoria de ✒️Francisco Gonçalves

