Glória – Factos: O Cabo que liga os dois elevadores

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😅 Essa é a verdadeira “linha da Glória” — o cabo de aço que une os dois carros como num destino siamês.

Em termos técnicos:

O cabo de aço tracionado de um funicular costuma ter um MTBF de 3 a 5 anos em operação contínua, dependendo de:

* diâmetro do cabo,

* carga máxima vs. carga real,

* número de ciclos/dia,

* condições de ambiente (chuva, humidade, oxidação, salinidade do ar de Lisboa).

👉 Regras internacionais (como as da EN 12397 e ISO 4344) mandam que o cabo seja substituído preventivamente não só por tempo, mas por inspeção visual e magnética:

* desgaste até 10% do diâmetro,

* corrosão visível,

* número de arames partidos por metro acima do limite.

💡 Traduzindo: se o Elevador da Glória fizesse, por exemplo, 200 viagens/dia, isso dá ~73.000 ciclos/ano. Um cabo certificado pode aguentar ~1 milhão de ciclos → MTBF ≈ 13–15 anos em condições ideais. Mas… Lisboa não é laboratório. Com oxidação e manutenção “à portuguesa”, o cabo pode ser trocado a cada 5–7 anos para não arriscar.

E aqui entra a ironia: esse cabo, que devia ser tratado como artéria vital, provavelmente só é lembrado quando começa a chiar ou quando a vistoria anual manda. 🙃

Abaixo e deixando claro: é apenas um modelo heurístico didático, que não substitui normas nem inspeções.

Suposições realistas para a Glória

Ciclos/dia: ~180 viagens (pico turístico moderado).

Razão D/d (polia/diâmetro do cabo): ~100 (bom para fadiga).

Ambiente: urbano húmido de Lisboa → fator 0,8.

Manutenção: “regular” → fator 0,85.

Com estas entradas, a estimativa deu: MTBF ≈ 15,9 anos para o cabo principal (critério de substituição preventiva por fadiga/corrosão).

Mostrou-se também uma tabela/linha de tendência com vários cenários (D/d=60–100; manutenção excelente/regular/fraca). Reparem como:

D/d maior → menos flexões → vida ↑;

manutenção pior ou ambiente mais agressivo → vida ↓ forte;

com manutenção fraca e D/d=60, a vida pode cair para 7–8 anos.