Burocracia,  Corrupção,  Mediocridade

O Conformismo de Ser

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Portugal é o ser que não ousa — vive na expectativa, mas raramente na decisão.

O ser que não ousa

Portugal é o ser que não ousa.
Não ousa existir plenamente, não ousa romper com a sombra do passado, não ousa arriscar o salto para a criação. Vive na expectativa, mas nunca na decisão.

Ousadia implica responsabilidade — e é aí que o ser português recua. Como se cada gesto de futuro fosse uma ameaça à zona de conforto da mediocridade. Prefere-se a mesquinhez segura ao risco do grande. Prefere-se a rotina sem dor à liberdade que exige coragem.

É a mesma lógica que governa a política: decisões adiadas, reformas travadas, sempre à espera de um consenso que nunca chega. Um teatro de prudência que não é prudência, mas medo. O país, como ser coletivo, tornou-se hesitação pura.

E esta hesitação é existencial.
Não é apenas política ou económica: é ontológica. O ser português teme o seu próprio abismo, o seu próprio poder criador. Sabe, no fundo, que poderia ser mais — mas evita sê-lo, como quem foge do peso da própria grandeza.

Ousadia seria afirmar-se como vanguarda, como criador, como dono de destino. Mas Portugal instala-se no quase, no “talvez”, no “um dia”. Um país adiado, que se protege atrás de desculpas e tradições, como se a inércia fosse uma virtude.

Assim, Portugal é o ser que não ousa — e, nessa recusa, encontra a sua mais trágica identidade: a de um povo que pressente a liberdade, mas prefere a prisão invisível do conformismo.

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Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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