
🔥 “Estamos a dar o máximo”… e o resto arde
Luís Montenegro, no meio do fumo e do cheiro a pinhal queimado, declarou com convicção presidencial:
“Compreendo a indignação de quem vive o drama dos fogos. Estamos a dar o máximo.”
E o povo, entre as labaredas e a cinza, respondeu em coro:
“Ah, então pronto. Se estão a dar o máximo, podemos voltar para casa… quando ela deixar de estar em chamas.”
📜 O Máximo, segundo o dicionário governamental
- Máximo de promessas: check ✅
- Máximo de operacionais (cansados): check ✅
- Máximo de aviões alugados à pressa: check ✅
- Máximo de culpas no vento e nas alterações climáticas: check ✅
- Máximo de prevenção feita… no pós-incêndio: check ✅
🌲 Portugal: a Arábia Saudita das Cinzas
Em vez de petróleo, exportamos fumo.
Todos os anos, um espetáculo pirotécnico a custo zero para as televisões e a custo máximo para as aldeias.
O “drama dos fogos” já é tão tradicional como a sardinha assada — só que, ao contrário da sardinha, ninguém quer saborear.
🪓 Prevenção? Essa coisa chata…
Limpeza de matas, vigilância florestal e contratação permanente de sapadores são ideias bonitas… no papel.
Mas como não dão votos rápidos nem fotos bonitas em agosto, continuam a ser tratadas como parentes pobres do combate direto.
A prevenção em Portugal é como o Pai Natal: toda a gente fala, mas ninguém vê.
🗣 O discurso de sempre
Montenegro não inventou nada. É o mesmo refrão político de há décadas:
- “Estamos solidários” – tradução: “Gostávamos que o problema desaparecesse sozinho.”
- “Todos os meios estão no terreno” – tradução: “Temos alguns meios e muito terreno.”
- “Vamos apurar responsabilidades” – tradução: “Vamos esperar que o inverno apague a memória.”
🚒 Conclusão
Enquanto uns dão o “máximo” em conferências de imprensa, outros dão o máximo a carregar baldes de água de um poço para as chamas.
O resultado é sempre o mesmo: o país arde, a paisagem fica lunar, as famílias reconstroem como podem… e no próximo verão o guião repete-se.
Portugal é especialista mundial em fazer tudo… depois do incêndio.
Mas não desesperem: o Governo garante que está a dar o máximo. E se o máximo não chega, paciência — sempre sobra o mínimo.
Artigo satírico de Augustus Veritas Lumen in Fragmentos de Caos
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