
Lei dos Estrangeiros: entre a porta escancarada e a chave perdida
Portugal é, desde sempre, um país de viajantes e de braços abertos. Recebemos culturas, trocámos saberes, misturámos sangue. Mas o espírito de acolhimento não pode ser confundido com ausência de regras. Uma casa aberta a todos, sem porteiro, sem critérios e sem noção da sua capacidade, deixa de ser casa para se tornar estação de passagem para quem procura apenas um atalho.
A lei que confunde hospitalidade com ingenuidade
A atual lei dos estrangeiros peca por dois extremos: excessiva permissividade na entrada e fragilidade nos critérios para a nacionalidade.
Basta um conjunto mínimo de requisitos — muitas vezes pouco verificados — para aceder a um título de residência e, em tempo surpreendentemente curto, ao passaporte português. E com ele, à porta dourada da União Europeia.
Três falhas que estão a custar caro
- Critérios frouxos e mal aplicados
Requerer antecedentes criminais do país de origem é inútil se não houver cruzamento com bases internacionais ou se o documento for fácil de falsificar. Exigir meios de subsistência é ridículo se não se verificar de onde vêm e se se sustentam de facto no país. - Nacionalidade como brinde
Em vez de ser o resultado de integração real — domínio da língua, conhecimento da história e cultura, inserção económica — a nacionalidade tornou-se, para muitos, uma mera formalidade administrativa. - Ausência de planeamento e de quotas
Países com políticas migratórias sólidas têm metas claras: recebem quem contribui para a economia e conseguem integrar de forma equilibrada. Portugal continua a receber a esmo, sem medir o impacto nos serviços públicos, no mercado de trabalho e na coesão social.
O modelo que precisamos
Não se trata de fechar portas — trata-se de ter uma porta com fechadura e chave bem guardada.
- Sistema de pontos para avaliar competências, idioma, experiência e potencial de integração.
- Filtros rigorosos para antecedentes criminais, cruzados internacionalmente.
- Prova efetiva de integração para atribuição de nacionalidade, incluindo conhecimento cultural, idioma e participação ativa na sociedade.
- Planeamento demográfico e económico, com quotas anuais ajustadas à realidade do país e às suas necessidades estratégicas.
O risco da passividade
Continuar com uma política migratória descontrolada é arriscar criar tensões sociais, sobrecarga nos serviços públicos e aumento da criminalidade organizada. E mais: é transformar Portugal num simples corredor de acesso ao espaço europeu, sem qualquer contrapartida real para o país.
A imigração, quando bem gerida, é riqueza.
Quando abandonada ao improviso, é receita certa para problemas que, uma vez instalados, custam décadas a resolver.
Artigo da autoria de Augustus Veritas Lumen in Fragmentos de Caos
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