
🤡 O Intrujo-Mor do Reino
Crónica amarga sobre um país que já não sabe distinguir o réu da realeza
Portugal está a viver o terceiro ato de uma peça encenada há mais de uma década.
O palco é o tribunal.
O cenário é a República.
E o protagonista, claro, é José Sócrates — o intrujo-mor do reino.
🧠 A intrujice nacional
Esta semana, enquanto o país tropeçava na própria vergonha — com buscas por corrupção no PRR, caos no INEM e filas infindáveis nos hospitais — o ex-primeiro-ministro, arguido de corrupção e branqueamento, erguia a voz perante os jornalistas para declarar:
“Isto foi uma intrujice durante 10 anos.”
Pois foi, sim senhor.
Só que a intrujice não foi o processo.
Foi o país inteiro — e ele, o maior dos intrujões.
🐍 O truque do intrujo
Sócrates não se defende.
Acusa.
Grita.
Desdenha.
Ofende juízes.
Recorre sem fim.
E sai ileso.
É um artista da manipulação, um encantador de serpentes jurídicas, um actor treinado no teatro da vitimização.
Enquanto isso, os cidadãos que veem o IMI em atraso têm a casa penhorada.
Um idoso que grita no hospital é escoltado por seguranças.
Mas Sócrates?
Sai do tribunal pela porta principal, com ar de filósofo incompreendido.
🧱 O povo? Cúmplice calado
Se o país ainda o aplaudisse, seria trágico.
Mas o país já nem se indigna.
Aceita.
Engole.
E ao aceitar a intrujice como normal, torna-se parte dela.
Portugal deixou de se espantar.
E quando um povo perde a capacidade de se indignar, já não é povo — é plateia.
🔚 Conclusão: A monarquia da farsa
Sócrates não é rei — mas reina.
Não manda — mas comanda.
E não governa — mas ainda dita o tom.
Enquanto isso, a justiça ajoelha, a imprensa adocica, e os partidos mantêm o silêncio cínico de quem sabe que o intrujo-mor do reino ainda tem amigos nos salões certos.
E nós?
Ainda escrevemos.
Porque desistir seria a verdadeira traição.
Francisco Gonçalves
Crítico persistente num país que deixou o sarcasmo governar a justiça.

