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Hannah Arendt e os Tempos de Trevas
Hannah Arendt: Pensamento, Coragem e Luz em Tempos de Trevas Num tempo em que a mentira se tornou sistemática, o totalitarismo ressurge camuflado sob novas máscaras e o pensamento livre é cada vez mais raro, a obra de Hannah Arendt brilha como um farol de lucidez ética e coragem intelectual. A sua crítica às formas modernas de dominação, à banalidade do mal e à fragilidade das democracias é mais atual do que nunca. A Banalidade do Mal Arendt revelou ao mundo que o mal, em regimes totalitários, não é sempre cometido por monstros, mas por homens comuns que, ao abdicar do pensamento crítico, passam a agir mecanicamente sob ordens. “A…
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Gaza, o Hamas e Israel — Quando a Dor não Cabe num Lado Só
Há guerras que nos dividem. E há tragédias que nos desafiam a pensar mais fundo, para além das palavras fáceis e das certezas confortáveis. O conflito entre Israel e a Palestina é uma dessas realidades cruéis e complexas. Onde há vítimas, carrascos, manipulações… e demasiada gente a morrer. Sim, o Hamas continua a disparar foguetes contra Israel. É um grupo armado, islamista, com uma ideologia autoritária e violenta. Controla Gaza com mão de ferro desde 2007. Persegue dissidentes. Usa civis como escudos humanos. E não reconhece o direito de Israel existir. Sim, o Hamas comete crimes de guerra. E sim, Israel tem o direito de se defender. Tem esse direito como qualquer Estado soberano.…
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Crônica Satírica: Democracia em Portugal — Agora com 10% de Satisfação!
"Portugal, essa democracia de montra — onde se vota sem ilusão, se protesta com licença e se espera justiça como quem espera comboio rural em dia de greve. 10% de satisfação? Para um detergente genérico talvez. Para um regime político, é apenas o sinal de que o povo está farto de ser plateia num teatro onde os actores não mudam, só decoram discursos novos."
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Oitante: O Navio-Fantasma da Banca
Em Portugal, onde até os escândalos têm horário de expediente e os buracos financeiros são património nacional, eis que surge a Oitante. Um nome que soa a perfume barato ou a embarcação de brinquedo — mas que, na realidade, é o veículo de resolução do saudoso Banif, esse Titanic financeiro insular que naufragou com bandeira portuguesa. A Oitante não é uma empresa, é uma ideia — uma ideia de como mascarar perdas, prolongar o embuste e pagar ordenados a burocratas que dominam o Excel como o Tchaikovsky dominava o piano: com arte, precisão… e total desconexão com a realidade. Os seus relatórios são verdadeiros tratados de literatura kafkiana, onde se “gestiona” e…
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Crónica Judiciária: Quando Começa a Farsa, Mas a Justiça Tenta Levantar-se
Ontem, 3 de julho de 2025, o tão aguardado julgamento de José Sócrates finalmente teve início. Mas, como qualquer espetáculo trágico-cómico à portuguesa, não podia começar sem tropeções, tropeços e tentativas de encenação jurídica que fariam corar um guionista de novelas mexicanas. Pedro Delille, advogado do ex-primeiro-ministro, chegou ao tribunal com uma mala cheia de truques. Requerimentos, incidentes de recusa contra a juíza Susana Seco, e mais um ataque frontal aos procuradores do Ministério Público. Não faltou nada: dramatismo, argumentos de ocasião e a tentativa clara de impedir que a cortina subisse. Mas a juíza, firme e lúcida, recusou liminarmente parte dos pedidos, registou os restantes e — contra as…
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Quando os Drones Caem e as Máscaras Também: Crónica da Vergonha Ocidental
Artigo de Augustus Veritas Na madrugada de um mundo cada vez mais cego, mais de 500 drones russos e mísseis hipersónicos rasgaram os céus da Ucrânia, lançando destruição, medo e morte. Foi um dos maiores ataques desde o início da invasão. Mas o que mais estremece não é o número de projéteis — é o momento em que caíram: horas depois de um telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin. Sim, leu bem. Enquanto Trump gargalhava em privado com o tirano do Kremlin, a Ucrânia era bombardeada como nunca. Coincidência? Ingenuidade pensar que sim. O que se desenha é um pacto tácito entre a omissão americana e a ambição imperial…
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🇵🇹 Crónica Irónica do Regresso à Pré-História Escolar
🇵🇹 “Ensinar é opcional. Saber ler? Um luxo burguês.” Portugal, esse país de epopeias e reformas educativas a lápis de carvão, passou meio século a tentar alfabetizar os seus — e até o conseguiu com um esforço hercúleo de professores mal pagos, alunos em escolas a cair de podres e manuais emprestados pelo primo do vizinho. Mas agora… agora o país decidiu experimentar a pedagogia do caos globalizado: abrimos as portas sem perguntar quem entra, nem o que traz na mochila — se é um livro, um diploma, ou apenas “boas intenções e zero leitura funcional”. Os governos aplaudem de pé:— “Precisamos de mão-de-obra!”Claro, mas não especificam que mão, nem…
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O Livro – Código Aberto, Mundo Aberto – Da Liberdade do Software à Emancipação da Humanidade
"Este livro é mais do que palavras alinhadas. É um chamado. Um manifesto. Uma rebelião silenciosa contra os sistemas fechados, e uma ode à liberdade em todas as suas formas — digital, humana, coletiva." "Nas páginas de 'Código Aberto, Mundo Aberto' vive a certeza de que o futuro não pode ser propriedade de poucos, mas sim uma construção partilhada, auditável, co-criada por todos. Porque o verdadeiro poder não está em quem detém o código… mas em quem tem coragem de o abrir." > "Liberdade não é clicar. É compilar."
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A Ressurreição dos Cinzentos: Santos Silva e a República em Palco
Num país onde a política se faz com fotocópias gastas e líderes de cartão, eis que ressurge uma figura digna do Museu dos Horrores da Democracia Portuguesa: Augusto Santos Silva, o eterno homem de mão de José Sócrates, o professor de ironias e silêncios bem colocados, o homem que nunca se engana — mas raramente acerta. Santos Silva anuncia agora, com pose de estadista de opereta, a sua candidatura a Presidente da República. Sim, o mesmo que foi ministro de quase tudo, o guardião das boas maneiras no Parlamento e o mestre das reprimendas parlamentares. Agora, quer ser o “pai da Nação”. Talvez da Nação da Inércia. Esta candidatura tem…
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Crónica Judicial: O Réu e o Regime – Sócrates Puxa Costa Para o Palco da Vergonha
Hoje, 3 de julho de 2025, o país inteiro volta os olhos (entre incrédulos e exaustos) para o tribunal onde José Sócrates, finalmente sentado no banco dos réus, decide não cair sozinho. Como bom artista do drama e mestre da insinuação, começa a destapar o manto que protege o regime — e, com ele, tenta puxar nada mais nada menos que António Costa, antigo número dois, eterno camarada e sucessor de bastidores. A cena tem tudo de tragicomédia. Sócrates, o homem que se dizia perseguido, agora transforma-se em acusador da própria teia que o enredou. Com voz de indignado metafísico, começa a lançar farpas: “Quem estava comigo? Quem me promoveu?…