
A Retórica Psicopata do Kremlin: O Delírio Armado de Medvedev
A recente declaração de Dmitry Medvedev — ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança — sobre a necessidade de ataques preventivos ao Ocidente é apenas mais um episódio na longa novela distópica do regime de Moscovo. Uma mistura explosiva de nostalgia imperial, messianismo atómico e delírio psicopata.
Um Estado com vocação apocalíptica
Na boca dos líderes russos, palavras como “guerra total”, “força máxima” e “eliminação do inimigo” deixaram de ser figuras de retórica e passaram a ser manual de sobrevivência política. Já não se governa com ideias, mas com ameaças. Já não se procura a paz, mas a dominação pelo medo.
Medvedev, outrora considerado um reformador tímido, transformou-se numa caricatura trágica: um homem que parece ter lido demasiado Dostoievski e interpretado tudo ao contrário. O seu discurso é um espelho da paranoia estatal russa, onde o Ocidente é o eterno demónio e a Rússia, a eterna vítima — com arsenal nuclear pronto a redimir o mundo com fogo.
A lógica do caos
A doutrina do Kremlin passou a ser simples: se não podemos controlar, ameaçamos destruir. Se não conseguimos influenciar, descredibilizamos. Se não vencemos, reescrevemos as regras.
Medvedev afirma que a Rússia está sob “guerra total” — não porque tanques da NATO estejam em Moscovo, mas porque países livres ajudam a Ucrânia a defender-se. A resposta sugerida? Golpes preventivos. Um eufemismo grotesco para ataques deliberados contra alvos que ainda não atacaram.
É o equivalente diplomático de dar um soco em alguém por sonhar que te podia agredir.
Psicopatia com couraça diplomática
Esta retórica não é apenas loucura — é estratégia. Uma forma de manter o povo russo mobilizado pelo medo e o Ocidente refém da incerteza. Medvedev fala para o interior e para o exterior. Internamente, encena uma força que encobre fraquezas económicas e sociais profundas. Externamente, tenta dividir a Europa e intimidar os EUA.
O perigo da normalização
O maior risco não está apenas nas palavras de Medvedev, mas na sua banalização. Cada nova ameaça, cada novo delírio — se não for contestado, criticado, exposto — corre o risco de se tornar norma. E uma norma que aceita a psicopatia como política externa é um passo para o abismo.
Conclusão
A Rússia de hoje não é apenas um Estado autoritário. É um Estado com linguagem psicótica institucionalizada. E figuras como Medvedev são o sintoma de um regime que perdeu qualquer réstia de racionalidade diplomática.
O mundo livre tem o dever de não apenas resistir militarmente, mas desmascarar retoricamente. Porque antes das bombas, vêm as palavras. E estas, quando envenenadas, podem matar tanto quanto mísseis.
Artigo de Augusto Veritas
A voz que não se curva ao medo nuclear nem ao delírio autoritário.
“Na Rússia de Medvedev, a palavra é uma arma e a ameaça é doutrina. Já não se fala para convencer — fala-se para intimidar. E quem governa pelo medo, já não lidera: aterroriza.”

