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O Eixo da Indiferença: Trump, a Ucrânia e a Ascensão do Novo Autoritarismo

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Seis meses depois de reassumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump já alterou drasticamente o equilíbrio geopolítico global. A sua recusa em continuar o apoio militar à Ucrânia, o seu distanciamento da NATO e a sua aproximação a Vladimir Putin deixaram o Ocidente em estado de choque e abriram caminho à consolidação de um novo eixo autoritário liderado pela Rússia e pela China.

🩸 A Ucrânia traída

Ao cortar o apoio militar vital, Trump empurrou a Ucrânia para uma situação de vulnerabilidade crítica. Sem armamento moderno, munições ou reforço aéreo, o exército ucraniano perdeu terreno em várias frentes. E como se não bastasse, Trump declarou recentemente que “a América não pode continuar a financiar guerras alheias”, lavando as mãos do conflito que ameaça os alicerces da Europa democrática.

Putin, claro, não poderia estar mais satisfeito. Com os EUA a recuar, a sua ofensiva ganha legitimidade tácita. O presidente russo já aparece em cimeiras internacionais com outro fôlego, capitalizando a ausência de um contra-peso firme vindo do outro lado do Atlântico.

🤝 O abraço envenenado a Moscovo

A nova retórica da administração Trump aproxima-se perigosamente da doutrina russa. Em vez de condenar as agressões, Trump insiste em “entender os interesses de Putin” e acusa os europeus de “dependerem demais da proteção americana”.

Esta posição, além de perigosa, representa uma ruptura com décadas de política externa americana. A aliança transatlântica está em risco, e com ela, a segurança coletiva de todo o Ocidente.

🌍 A China observa e avança

Com os EUA distraídos, a China não perde tempo. Xi Jinping já declarou que “a nova ordem multipolar chegou” e tem intensificado relações com Moscovo, oferecendo apoio económico, diplomático e tecnológico. Ao mesmo tempo, avança em zonas onde antes os EUA dominavam: África, América Latina, sudeste asiático.

O vácuo deixado por Washington está a ser preenchido — e não pelos ideais de liberdade e direitos humanos.

⚠️ A Europa sozinha

Com a NATO enfraquecida e sem garantias americanas, a Europa enfrenta o seu maior desafio estratégico desde a Segunda Guerra Mundial. A ausência de um exército europeu, as divisões internas e a dependência energética tornam o velho continente presa fácil para pressões externas.

✊ Resistência ou declínio

Este não é apenas um momento crítico — é um ponto de viragem histórico. A era do Ocidente como farol democrático global está em risco. E não pela força dos inimigos externos, mas pela traição dos seus próprios líderes.

Trump não lidera — desmantela.
Não protege — isola.
Não negocia — impõe.

E enquanto ele constrói pontes com Putin e dá espaço a Xi, os alicerces da liberdade global começam a rachar.

👉 Cabe à sociedade civil, aos líderes europeus e aos cidadãos lúcidos erguerem-se. Porque quando a história chama, o silêncio é cumplicidade.

“O mundo não foi entregue ao mal pelas mãos dos maus, mas pelo silêncio dos bons.” — Albert Einstein

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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