
🇵🇹 O Estado em Ruína: Emergência, Saúde e Educação à Deriva
Portugal não precisa de slogans. Precisa de um governo — e ainda está à espera.
Portugal vive, em pleno século XXI, uma agonia institucional que desonra o que resta da democracia europeia que diz integrar. O Estado não serve. Não responde. E quando o faz, é com atraso, improviso e propaganda.
Nos serviços mais essenciais — emergência médica, saúde pública e educação — o país revela-se um corpo sem sistema nervoso. E não é por acaso: é por incompetência crónica, por desinvestimento calculado e por uma classe dirigente incapaz de liderar, planear e servir.
🚑 INEM: Emergência sem comando
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) devia ser o coração que bombeia resposta imediata.
Hoje é uma instituição disfuncional, onde:
- Se sucedem presidentes como quem troca de secretária: três em 14 meses.
- Se adjudicam contratos a empresas sem helicópteros nem pilotos.
- Onde os técnicos de emergência relatam falta de pessoal, material e comando.
Enquanto isso, vidas perdem-se em ambulâncias paradas, e o telefone do 112 já é sinónimo de atraso e risco.
🏥 SNS: Um sistema com falência programada
O Serviço Nacional de Saúde — pilar civilizacional do pós-25 de Abril — está a ser esvaziado à força, como se fosse um edifício em demolição lenta.
- Urgências encerram no verão, precisamente quando a procura aumenta.
- Mulheres grávidas têm de ser transportadas centenas de quilómetros — algumas dando à luz em ambulâncias.
- Os profissionais estão exaustos, desmotivados e fartos de discursos bonitos sem soluções.
Tudo isto enquanto o governo sorri em conferências de imprensa, anunciando mais um “plano de reestruturação”.
Mas ninguém reestrutura aquilo que abandona.
Ou salva-se. Ou deixa-se morrer. E o SNS está a morrer.
🎓 Educação: A fábrica do silêncio
O silêncio sobre a educação é revelador.
Porque quando um governo nada diz sobre professores, alunos e escolas, é porque não está a fazer nada.
- O país continua a ter escolas degradadas, professores a contrato e carreiras estagnadas.
- As medidas anunciadas são vagas, as reformas, cosméticas.
- E os jovens? Continuam a sair — ou a desistir — por falta de horizontes e de motivação.
Portugal abandonou o seu futuro — e isso é o maior crime silencioso desta geração de governantes.
📉 Isto não é apenas incompetência. É negligência de Estado.
Quando um país:
- Tem um INEM desorganizado,
- Um SNS sem urgências fiáveis,
- Um sistema educativo estagnado,
… então **não se trata de um problema técnico — mas sim de uma falência do próprio contrato social.
E o povo paga.
Com impostos. Com sofrimento. Com mortes evitáveis.
E com o silêncio de quem se habituou a não esperar nada.
✊ Conclusão: Ou lutamos, ou seremos cúmplices
Não se pode mais aceitar:
- A indiferença administrativa,
- A propaganda como política pública,
- A normalização da ruína como inevitável.
Não há Europa que valha a pena se o país não consegue responder a uma chamada de emergência.
Não há crescimento possível se as mulheres dão à luz em autoestradas.
Não há soberania se os nossos jovens abandonam a escola — ou o país — por falta de futuro.
Francisco Gonçalves
Fragmentos de Caos
Porque um país que não grita pela sua dignidade… morre aos poucos, em silêncio.


