Manipulação da verdade,  Mediocridade,  Utopia

🌀 O Espírito das Patranhas

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Como fabricar almas para vender submissão

Por Francisco Gonçalves, um homem que pensa antes de crer


A Grande Farsa da Eternidade

Durante milénios, disseram-nos que a alma sobrevive ao corpo, que os mortos nos falam, que há um além onde tudo se revela e se acerta. Deram-lhe muitos nomes: alma, espírito, energia, luz, reencarnação… Mas no fundo, todos estes conceitos serviram o mesmo propósito: distrair o povo da opressão terrena com promessas de justiça celeste.

Afinal, para que lutar por dignidade nesta vida, se a outra é eterna e perfeita?
É o truque mais antigo do mundo e o primeiro grande negócio virtual : oferecer o paraíso amanhã para que aceites o inferno hoje.


O Cérebro: esse herege

A neurociência moderna — de António Damásio a tantos outros — já explicou o essencial:

  • Não há alma. Há sinapses.
  • Não há espírito. Há impulsos bioquímicos.
  • A consciência é um processo material.

O que chamamos “espírito” é apenas resultado de milhões de anos de evolução biológica. Intuições, sonhos, pressentimentos? Não são mensagens do além, mas mecanismos de sobrevivência afinados para captar sinais subtis no ambiente.

A mente é visceral, enraizada nas entranhas.
Pensamos com o corpo. Sentimos com o cérebro.


A Indústria do Além

Se tudo isto é falso, porque persiste a fé no “espírito”? Porque dá lucro. E poder.

  • Médiuns vivem da dor alheia.
  • Gurus vivem da ignorância alheia.
  • Religiões vivem do medo alheio.

Milhões são explorados com promessas de reencontro com os mortos, de karmas redimidos, de missões cósmicas. Teatro emocional: a plateia chora e paga, enquanto o palco ri por dentro.


A Ciência que não dá jeito

Os defensores dessas doutrinas raramente se submetem ao crivo da ciência.
Fogem de estudos controlados como o diabo da cruz.
Preferem testemunhos com lágrimas e música de fundo a dados replicados e revisões por pares.

Porquê? Porque a verdade não vende velas, nem sessões espíritas.


O Despertar

Basta.
É tempo de retirar o pano negro ao palco e mostrar os fios.

A alma é uma invenção. O espírito é um produto. A mediunidade é um negócio.

A liberdade começa quando recusamos as mentiras reconfortantes e escolhemos viver com os pés na Terra e a mente afiada como o punhal da razão.


Epílogo: A beleza da carne que pensa

Não precisamos de espíritos para sermos profundos.
A grandeza da vida está no efémero, na memória genética que carregamos, na beleza trágica de sermos matéria consciente.

Somos poeira de estrelas… que aprendeu a duvidar.
E isso basta.


👉


“A alma é uma invenção.
O espírito é um produto.
A mediunidade é um negócio.

A liberdade começa quando recusamos as mentiras reconfortantes —
e escolhemos viver com os pés na Terra e a mente afiada como o punhal da razão.”


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Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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