
🇵🇹 O Presidente-Sombra: Muito Palco, Pouca Luz
Marcelo Rebelo de Sousa — o homem que comenta tudo, mas transforma nada
Portugal tem um Presidente da República.
Mas às vezes parece que tem apenas um comentador residente de luxo — com lugar cativo no palco mediático, mas ausente do enredo político onde se decidem os destinos do país.
Marcelo Rebelo de Sousa é presença constante.
Fotografa-se com bebés, abraça vítimas de tragédia, comenta o tempo, o futebol e até as intenções do Parlamento — mas quando é preciso firmeza, desaparece atrás da espuma das palavras.
🎙️ O presidente dos afetos… e das omissões
Marcelo reinventou a função presidencial como um reality show contínuo, onde o importante é ser visto, sentido, e por vezes… chorado.
Mas onde esteve Marcelo:
- Quando os bancos faliram e os contribuintes pagaram a fatura?
- Quando o Estado continuou a proteger elites e a punir os fracos?
- Quando o país assistiu, em direto, ao desfile da incompetência e da corrupção?
Resposta: Em direto de qualquer lado — menos onde era preciso.
🛑 A omissão ativa
A Constituição permite ao Presidente muito mais do que comentar:
- Pode vetar leis injustas.
- Pode convocar referendos decisivos.
- Pode dissolver o Parlamento quando o regime apodrece.
E o que fez Marcelo?
Assinou tudo. Engoliu tudo. Apagou-se com um sorriso.
Quando o regime se enredou na teia da corrupção, da desigualdade e da decadência social,
Marcelo escolheu a convivência serena com o sistema — e não a coragem da ruptura.
📺 Do professor ao performer
Antes de ser Presidente, foi professor e comentador.
E no fundo… nunca deixou de o ser.
É um homem da palavra, mas não da acção.
Fala bem — e faz pouco.
É popular — mas vazio de reformas.
É eloquente — mas politicamente inócuo.
🪞 Portugal não precisa de mais reflexos. Precisa de ação.
Marcelo representa o Portugal das aparências:
- Onde parecer bem vale mais do que fazer bem.
- Onde ser simpático importa mais do que ser justo.
- Onde se chora pelos incêndios — mas se nada muda depois das cinzas.
🧭 Um país sem bússola precisa de mais do que selfies
Portugal precisa de um Presidente que:
- Não tema afrontar os partidos quando se desviam do interesse nacional.
- Proponha soluções — não apenas comentários.
- Use a magistratura de influência para mudar mentalidades e estruturas.
Marcelo podia ter sido esse homem.
Mas preferiu o conforto do consenso e o calor da popularidade.
✍️ Conclusão: O presidente que fala de mais e faz de menos
Marcelo ficará na história como o presidente das mil palavras — e dos zero abalos.
Um mestre de cerimónias num país que precisava de um timoneiro em alto-mar.
E assim, Portugal continua à deriva, com um presidente que sorri, comenta e comove…
Mas que nunca ousou verdadeiramente presidir.
Artigo de Francisco Gonçalves in Fragmentos de Caos
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