
A Fuga da UNESCO – Quando os Grandes se Fazem Pequenos
Por Francisco Gonçalves – fragmentoscaos.eu
Notícia do Dia
Os Estados Unidos anunciaram, esta terça-feira, a saída da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Um Abandono com Cheiro a Declínio
Quando uma nação abandona a UNESCO, o que está realmente a dizer ao mundo? Não é apenas uma decisão diplomática. É um grito surdo: “não queremos ouvir, não queremos ensinar, não queremos aprender”.
A UNESCO não é uma arena política. É um santuário frágil onde a humanidade tenta preservar o que tem de mais nobre: o saber, a memória e a paz construída pela educação.
Ao sair, os EUA não estão apenas a recusar-se a pagar quotas. Estão a renegar a ciência como linguagem comum, a cultura como ponte entre povos, e a educação como antídoto contra o fanatismo.
Isolacionismo: O novo patriotismo da ignorância?
Desde há décadas que se repete este ciclo perverso: sempre que a UNESCO toma decisões que desagradam a certos lobbies políticos ou religiosos, os EUA fazem birra e viram costas. Foi assim nos anos 80. Voltou a ser assim agora.
Falam em “viés político”. Mas o verdadeiro viés é o da soberania ensimesmada, que prefere erguer muros mentais a construir pontes culturais.
Um país que recusa fazer parte de uma organização global de conhecimento, em pleno século XXI, está a dizer-nos que prefere a cegueira voluntária à partilha esclarecida. Está a dizer-nos que a educação só interessa enquanto instrumento de poder, nunca como missão planetária.
O que está em causa?
- Património mundial: menos apoio à preservação de monumentos e sítios históricos.
- Educação em zonas vulneráveis: menos cooperação com países em desenvolvimento.
- Ciência e liberdade académica: menos diálogos globais, mais silos de desinformação.
O Efeito Bumerangue
No fundo, esta saída simboliza um país que já não lidera – reage. Já não propõe – impõe. Já não sonha – nega.
E quem abandona o palco do saber, cedo ou tarde, será esquecido pelos protagonistas da mudança.
Conclusão: Quando os grandes se fazem pequenos, o mundo encolhe com eles.
A saída dos EUA da UNESCO não empobrece apenas a organização. Empobrece-nos a todos, colectivamente, como espécie.
Mas talvez — como sempre — surjam novos actores, novas vozes, novas alianças.
Porque a cultura resiste. A ciência persiste. E a educação renasce… mesmo no meio da ignorância institucionalizada.
Texto de Francisco Gonçalves – Blog: fragmentoscaos.eu
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