
📜 MANIFESTO NO PAÍS DOS CORRUPTOS SEM VERGONHA
Por um povo que já não aguenta ser empurrado
Neste pedaço de território onde ainda se fala português com sotaques doces e corações duros de tanto esperar, governa-se com a arte da obstrução.
O que devia ser simples — marcar uma consulta, renovar uma receita, pedir uma informação, iniciar um projeto — transforma-se num circuito de obstáculos kafkiano, com barreiras invisíveis mas eficazes: chamadas que não atendem, plataformas que não funcionam, filas que não andam, e decisões que nunca chegam.
2025 chegou, mas o espírito do Estado Novo burocrático e paternalista nunca saiu.
Mudaram-se os nomes, os logótipos, os slogans — mas a máquina é a mesma: lenta, arrogante, e feita para proteger quem já lá está, nunca para servir quem precisa.
No SNS, por exemplo:
- Antes, esperavas mas resolvias no posto médico.
- Agora, ligas para o SNS24.
- Fazes triagem telefónica, falas com vozes robotizadas, esperas código, resposta e despacho.
- E se por acaso disseres que tens tosse ou dor nas costas… é provável que acabes na urgência ou então esquecido entre cliques e gravações automáticas.
Chamam-lhe “reforma digital”.
Mas na verdade, é apenas mais uma muralha entre o povo e os serviços que já pagamos com língua de palmo.
Enquanto isso:
- Os corruptos vivem bem, escondidos em cargos dourados, prémios por não fazer nada e reformas de luxo.
- Os medíocres prosperam, protegidos pela complexidade que criaram para se manterem irrepreensíveis.
- E os honestos… desesperam, gritam para os vazios, ou desistem em silêncio.
Este país tornou-se um culto da incompetência organizada.
Aqui, quem tenta fazer diferente é visto como perigoso. Quem ousa simplificar, como um herege. Quem propõe mudança, como um louco.
Pois bem: que sejamos então os loucos.
Os que ainda têm voz.
Os que já não toleram viver ajoelhados perante ministros que mentem, diretores que desviam, chefes que protegem os seus e abandonam os outros.
Portugal precisa de um novo manifesto.
Não de partidos, mas de consciências.
Não de slogans, mas de ações.
Não de gestores de imagem, mas de cidadãos com coragem de dizer basta.
Basta de cinismo.
Basta de complicômetros.
Basta de fingir que somos um país moderno quando vivemos como nos anos 60 — mas com fibra ótica.
Se o Estado não acordar…
será o povo a rasgar os lençóis.
Artigo de Francisco Gonçalves, um cidadão indignado não com os governos corruptos, mas sim com um povo que se ajoelha e continua a rezar… em vez de lutar.
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