
🚗 Marcelo, o Presidente das Carrinhas Douradas
Crónica ácida sobre o derrapanço motorizado da República, da autoria de Francisco Gonçalves
Enquanto Portugal anda de transportes públicos com ar condicionado avariado, o Presidente da República prefere a suavidade de bancos em pele e viaturas que nunca serão nossas. Desde 2021, foram esturricados 1,75 milhões de euros em carros alugados, com contratos de “longa” duração — leia-se: três aninhos e devolve-se.
O truque?
Chamam-lhe “aluguer operacional”. Traduzido: paga-se como se comprasse, mas no fim não há chave, nem registo, nem nada. Os carros vão para a sucata (ou para o próximo contrato de luxo com nova matrícula) e o património do Estado continua a zeros — mas bem polido.
Isto acontece enquanto os portugueses:
- Esperam seis meses por uma consulta;
- Enchem a caixa de e-mail com alertas da E-Redes;
- Contam os trocos antes de entrar na bomba de gasolina.
E Marcelo? Vai “ao povo” de Audi, BMW ou Mercedes alugado, com ar de quem nunca ouviu falar da palavra “fiscalização”.
💡 Uma reflexão satírica:
Chamem-lhe Monarquia Republicana de Aluguer, onde até os símbolos do poder vêm com cláusula de devolução.
Um país onde nada é para durar — excepto a dívida pública e os tachos vitalícios.

