
🕯️ A Ditadura Cândida – Crónica de uma Democracia Fingida
Portugal diz-se uma democracia. Tem eleições, partidos, uma Assembleia da República, tribunais constitucionais e uma Constituição que promete ao povo direitos fundamentais — habitação, saúde, educação, justiça social.
Mas basta raspar a tinta dourada para ver o que há por baixo: um regime encenado, onde os direitos são promessas de papel e o povo, figurante silencioso num teatro que não lhe pertence.
🎭 O Jogo das Aparências
Dão-nos o voto como se fosse poder. Mas que escolha há, se os partidos são clubes fechados, geridos por carreiristas e oportunistas, onde o cidadão comum não entra nem decide?
Elegemos listas, não pessoas. E os eleitos servem mais os seus partidos do que a população que os legitimou.
A “representação” democrática tornou-se um negócio de lugares, favores e sobrevivência partidária.
E os media? Estes, entretêm mais do que informam. Servem quem paga.
O povo? Mantido distraído, endividado, fatigado. E assim se evita a rebelião.
📜 A Constituição como Papel de Embrulho
O Artigo 65.º da Constituição promete uma habitação condigna a cada família. Mas milhares vivem em casas degradadas, contentores, carros ou mesmo na rua.
O direito à saúde está escrito. Mas esperas de meses por uma consulta transformam esse direito em ironia.
A verdade? A Constituição é muitas vezes um adorno cínico, invocada apenas quando convém a quem está no poder.
É um contrato rasgado. Uma promessa nunca cumprida. Uma ficção legal para manter a ilusão democrática.
⚖️ Ditadura dos Canalhas
A verdadeira ditadura moderna não precisa de censura nem polícia política.
Basta-lhe o controlo da informação, o esvaziamento da educação crítica, o empobrecimento generalizado e a burocracia.
É uma ditadura de rosto suave — mas de alma podre.
Os canalhas não gritam ordens. Sussurram-nas em gabinetes.
Não impõem com tanques. Impõem com decretos e pareceres.
Não usam uniforme. Usam gravata.
🌱 E Agora?
É tempo de rasgar a máscara da encenação.
De exigir uma democracia autêntica, feita com o povo e para o povo.
De criar um novo contrato social, onde os direitos deixem de ser promessas decorativas e passem a ser realidades concretas.
Porque a liberdade não se agradece — exige-se, constrói-se, defende-se.
Artigo de Augustus Veritas

