
🇵🇹 Nem os Mortos Escapam: Portugal, o País dos Mil Impostos
“Em Portugal, morrer não basta para fugir ao fisco. É preciso também esconder a herança, disfarçá-la de saudade, e ainda assim esperar que o Estado não a encontre.”
— Fragmento de caos
Portugal, esse jardim à beira-mar plantado e à beira-fisco sufocado, acaba de conhecer um raro raio de justiça: o Supremo Tribunal Administrativo (STA) decretou que a venda de quinhões hereditários — partes de imóveis herdados ainda não divididos — não está sujeita a IRS por mais-valias.
Ou seja: milhares de contribuintes que herdaram, venderam e pagaram imposto sobre o que já era seu por direito… poderão agora pedir o dinheiro de volta.
⚖️ O Acórdão que Rompeu o Silêncio
O Acórdão n.º 7/2025, emitido a 4 de junho, estabelece com força de lei que:
“A alienação de um quinhão hereditário indiviso não constitui transmissão de direitos reais sobre imóveis, logo não gera mais-valias tributáveis em sede de IRS.”
Uma obviedade jurídica que durante anos a Autoridade Tributária fingiu não ver, cobrando indiscriminadamente, como quem colhe imposto das lágrimas.
💸 O Imposto sobre a Morte
A decisão é justa — mas levanta uma questão maior:
Como é possível que o Estado tenha cobrado durante anos um imposto ilegal sobre a dor?
Num país com impostos sobre:
- O que ganhas (IRS),
- O que compras (IVA),
- O que deixas aos filhos (impostos sobre heranças e doações),
- E até sobre o que não consegues vender (IMI sobre ruínas e terrenos sem valor),
a máquina fiscal tornou-se um Leviatã sem freio, alimentado pela ignorância, pelo medo e pela resignação dos contribuintes.
🧾 Devoluções: Milhares a Reaver
Graças ao acórdão, milhares de portugueses têm agora o direito — e o dever — de reclamar os valores pagos indevidamente.
✅ O que fazer:
- Reunir documentação: notas de liquidação e recibos de IRS pagos;
- Submeter reclamação graciosa no Portal das Finanças;
- Citar o Acórdão STA n.º 7/2025;
- Se necessário, recorrer ao tribunal ou ao CAAD.
O prazo para pedir devolução é de quatro anos após o pagamento. O fisco terá de devolver… e com juros.
🧠 Um País Hipertrofiado de Estado
Este acórdão é uma gota de bom senso num mar fiscal que se tornou opaco e predatório.
Em vez de simplificar, o sistema complica, confunde, esmaga.
Portugal tornou-se um país onde:
- Os trabalhadores são penalizados,
- Os reformados são tributados,
- Os herdeiros são perseguidos,
- E os especuladores… muitas vezes premiados.
Tudo isto sob o olhar cúmplice de uma classe política que prega “reformas estruturais” enquanto reforça a teia da dependência fiscal.
🗣️ O Silêncio do Conformismo
Onde está o povo que devia indignar-se?
Calado, dividido, entretido com futebol, distraído com promessas vazias de “descer impostos” que, afinal, significam reembolsar menos e taxar melhor.
E o resultado está à vista: uma sociedade onde os mais atentos são perseguidos e os mais conformados… contentam-se com migalhas.
🌅 Um Sinal, Ainda que Fraco
O acórdão do Supremo é um sinal de resistência, um lembrete de que nem todo o poder é absoluto, e que o Direito ainda pode ser escudo — e não só chicote.
Mas é pouco.
É preciso mais: uma revolta fiscal serena, lúcida, corajosa.
Um país onde se grite sem medo:
“Não pagaremos impostos sobre a morte, nem sobre a dignidade herdada dos nossos.”
✊ O Manifesto
Que este episódio seja o início de um movimento de consciência tributária.
Que se ergam vozes contra o labirinto fiscal que nos empobrece.
Que os cidadãos conheçam os seus direitos — e não apenas os seus deveres.
Que a justiça, por vezes tímida, comece a erguer-se contra a gula do Leviatã.
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Este artigo é um grito fiscal.
Leva-o ao teu vizinho, ao teu contador, ao teu herdeiro.
Porque há impostos que nos enterram — e há palavras que nos ressuscitam.

