Cidadania,  Corrupção,  Nepotismo

Cidadania em Fuga: O Silêncio que os Políticos Agradecem

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Vivemos num país onde a indignação se esgota nos comentários sobre o irrelevante. Uma entrevista estéril, um diploma mal explicado, um futebolista de cabelo novo — e temos milhares de comentários, indignações acesas, discussões inflamadas. Mas quando se fala da vida real, da saúde que apodrece, da justiça que falha, dos salários que envergonham, do sistema político que nos manipula — o silêncio. O vazio. O nada.

É a ausência de cidadania no seu esplendor.

“O povo discute o acessório e ignora o essencial.”
“Com dantes, quartel-general em Abrantes.”
— palavras que poderiam estar num manual de sobrevivência cívica para tempos sombrios.

A verdade nua e crua é que muitos portugueses foram educados — ou adestrados — para obedecer, não para questionar. Herdaram o medo do regime anterior, mas não abraçaram a coragem da liberdade. E a democracia, sem cidadãos ativos, torna-se apenas um teatro de sombras.

No fascismo, o silêncio era imposto. Agora é consentido.
E isso é ainda mais trágico.

Os políticos, claro, adoram este cenário. Um povo entretido com ruído e vazio, que não exige nada, não interroga nada e aceita tudo. É o paraíso do poder instalado. A casa dos segredos tornou-se o espelho da casa da república.

Mas há sempre quem resista. Quem escreva, quem fale, quem incomode. Quem grite pela janela que a cidadania não morreu — apenas adormeceu, drogada por futilidades, à espera de um clarim que a desperte.

Que esta publicação seja esse clarim.
Porque calar agora é assinar, em silêncio, o contrato com a decadência.


Artigo de Francisco Gonçalves um cidadão indignado com a ausência de cidadania e um povo acomodado e narcotizado.

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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