Cidadania,  Nepotismo,  Sátira Política

🎙️ Debate ou Farsa? Quando a RTP discute o país… com as mesmas caras de sempre

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A televisão pública portuguesa, a RTP, ainda se apresenta como “serviço público”. E programas como “É ou não é” fazem-se passar por fóruns de cidadania onde se discutem os grandes problemas do país. Mas quem observa com atenção vê depressa o embuste: os temas são sérios, sim — mas os convidados são os de sempre, as opiniões recicladas, os confrontos mais simulados do que sentidos.

Não há ousadia.
Não há verdadeiras vozes incómodas.
Não há povo — apenas os intérpretes oficiais do pensamento permitido.


🎭 O teatro das opiniões validadas

Jornalistas conhecidos da casa.
Professores universitários rotulados de “especialistas”.
Políticos reformados reciclados em comentadores.
Sociólogos domesticados que falam do povo sem nunca o ter ouvido na fila do centro de saúde.

Estes são os figurantes de sempre num cenário imutável:
o estúdio está bem iluminado, os temas são pomposos, mas as ideias… são rascunhos gastos.

E o povo, esse, é mantido à porta — a assistir de sofá, sem direito de contradizer.


❌ Quem falta?

Faltam os inconformados.
Faltam os técnicos de terreno.
Faltam os empreendedores sufocados por burocracia, os professores em burnout, os médicos que já não aguentam as urgências.
Faltam os cidadãos críticos, os autodidatas, os que pensam fora da caixa — os que não dizem o que agrada, mas o que urge ser dito.

Por que não convidar vozes controversas? Porquê este medo de que alguém rasgue o guião da mansidão?


🧠 A resposta é simples (e triste):

Porque a RTP, como quase todo o sistema mediático nacional,
não quer pensamento livre. Quer pensamento previsível.

A última coisa que interessa ao poder político-partidário é que o povo veja alguém sem selo institucional dizer, em horário nobre, que o rei vai nu. Que os problemas do país não se resolvem com “ajustes técnicos”, mas com ruptura ética, cívica e estrutural.


📺 Uma televisão que devia ser do povo… mas é dos partidos

É esta a tragédia mediática de Portugal:
Um canal público pago por todos,
gerido por uns poucos,
para proteger os mesmos de sempre.

E depois espantam-se que o povo se desinteresse da política…
Mas como poderia interessar-se, se nunca o deixam entrar no palco?


🗣️ Precisamos de um novo espaço de verdade

Debates reais.
Com vozes reais.
Com contraditório sério e sem rede.
Com a coragem de convidar quem incomoda, e não só quem já sabe as regras da dança.

Até lá, “É ou não é” continuará a ser o que é:
um simulacro de debate para dar a ilusão de participação,
enquanto o país continua a afundar-se no silêncio das ideias interditas.


O verdadeiro serviço público seria dar voz ao que nunca teve microfone.

O resto é só… teatro financiado pelo povo, em benefício do poder.


Artigo de Augustus Veritas

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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