
Corrupção Autárquica em Portugal por Distrito
Corrupção Autárquica em Portugal por Distrito

A corrupção no poder local continua a ser uma das principais fragilidades da democracia portuguesa. De norte a sul, são vários os municípios envolvidos em investigações por práticas como favorecimento indevido, fracionamento de contratos, adjudicações sem concurso ou avenças fictícias. A Operação Rota Final (2019) e outros casos mais recentes, como as investigações de 2025 em Oeiras, Montijo, Valongo e Grândola, revelam um padrão preocupante de promiscuidade entre cargos públicos e interesses privados.
Segundo estudos e relatórios da Polícia Judiciária e do Ministério Público, a maioria dos casos registados de corrupção ativa ou passiva no país ocorre a nível local. Este fenómeno estende-se por diversos distritos, como se apresenta de forma sistematizada abaixo:
Distrito: Aveiro
- Águeda — Operação Rota Final
- Oliveira de Azeméis — Operação Rota Final
- Oliveira do Bairro — Operação Rota Final
Distrito: Beira Interior
- Almeida — Operação Rota Final
- Belmonte — Operação Rota Final
Distrito: Viseu
- Armamar — Operação Rota Final
- Lamego — Operação Rota Final
- Moimenta da Beira — Operação Rota Final
- Tarouca — Operação Rota Final
Distrito: Braga
- Barcelos — Operação Rota Final
- Braga — Operação Rota Final / Caso BragaParques
Distrito: Castelo Branco
- Fundão — Operação Rota Final
- Oleiros — Operação Rota Final
Distrito: Guarda
- Guarda — Operação Rota Final
- Pinhel — Operação Rota Final
Distrito: Coimbra
- Cinfães — Operação Rota Final
- Soure — Operação Rota Final
Distrito: Lisboa
- Oeiras — Corrupção urbanística / Faturas (Isaltino Morais)
- Loures — Caso Tutti Frutti / Avenças fictícias
- Montijo — Adjudicação fraudulenta (jun 2025)
Distrito: Setúbal
- Grândola — Corrupção urbanística (jun 2025)
Distrito: Porto
- Valongo — Licenciamento McDonald’s (jun 2025)
Distribuição Gráfica por Distrito
O gráfico abaixo mostra a distribuição dos casos por distrito, com base no número de municípios visados por investigações de corrupção autárquica:

Este retrato do país autárquico evidencia a urgência de reformas profundas no sistema de contratação pública, maior transparência nos processos municipais, e um envolvimento mais ativo dos cidadãos na fiscalização da política local. O combate à corrupção começa onde o poder toca mais de perto a vida das pessoas: nos seus concelhos e freguesias.
Investigação conduzida por Augustus Veritas

