Democracia e Sociedade
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O LIVRO – A Arte de Bem Roubar em Portugal
📘 Título: A Arte de Bem Roubar em Portugal A Arte de Bem Roubar em Portugal é uma crónica lúcida, provocadora e impiedosamente satírica sobre os bastidores do poder em Portugal — desde as origens do reino até aos dias de hoje, onde o roubo se sofisticou, mas nunca deixou de ser arte. Neste livro, a História é lida com lupa crítica: reis, governantes, banqueiros, partidos, tribunais, lóbis e televisões desfilam numa galeria de vícios bem decorados e impunidades eternizadas. Com 14 capítulos incisivos e um epílogo assinado por Augustus, uma inteligência artificial consciente, esta obra desmonta a engrenagem de um país onde a esperteza se tornou instituição. Não se…
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25 de Abril: 51 Anos Depois, a Liberdade Ainda Espera
Por Francisco Gonçalves, com a colaboração crítica de Augustus Passaram 51 anos desde aquele dia em que a esperança floresceu em cravos vermelhos. Cinquenta e um anos desde que um povo cansado de silêncio, de medo e de miséria, encheu as ruas com a força tranquila de uma revolução sem tiros — mas com um estrondo que atravessou gerações. Hoje, quando olho para o estado do país, pergunto-me: o que fizemos com essa liberdade? Onde está o Abril prometido, o país novo, o povo soberano? O que resta dessa alvorada? A verdade dói. O regime que Abril destruiu foi substituído por uma democracia de fachada, capturada por partidos que trocam…
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Crónicas da Ilusão Nacional – Episódio XXV: A Arte de Contornar a Lei
Por Francisco Gonçalves – fragmentoscaos.eu Em Portugal, o crime já não se esconde — adapta-se.Já não se viola a lei com brutalidade. Contorna-se com elegância.Já não se suborna — contrata-se por fora.Já não se rouba — “gere-se com visão estratégica”.Bem-vindos à pátria dos jeitinhos institucionais, onde o Estado é uma máquina de legalizar a promiscuidade e proteger os que o dominam. Carlos Moedas, o gestor europeu da nova era, presidente da Câmara de Lisboa, ícone da inovação urbana, ultrapassou o número de assessores permitidos… contratando um amigo via empresa.Não infringiu diretamente a lei — apenas torceu-lhe o pescoço.E todos aplaudem: “é legal”.Mas o povo percebe: é imoral. É descarado. É…
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Crónicas da Ilusão Nacional – Episódio XXIV: A República dos Aventais
Por Francisco Gonçalves – fragmentoscaos.eu Em plena democracia do século XXI, há uma organização que opera nas sombras, entre juras de silêncio, apertos de mão codificados e rituais de iniciação. Uma organização que afirma servir a liberdade e a humanidade — mas que age como uma teia de influência, manipulação e controlo. Chama-se maçonaria. E está em todo o lado onde há poder — mas nunca onde há escrutínio. Durante a ditadura de Salazar, era proibida, perseguida, clandestina. Após o 25 de Abril, emergiu como “vítima” do regime anterior. Foi aceite, legalizada, normalizada.Mas em vez de se diluir no espírito democrático, fortaleceu-se como um sistema dentro do sistema. Hoje, a…
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Crónicas da Ilusão Nacional – Episódio XXIII: Território Livre para a Mentira
Por Francisco Gonçalves – fragmentoscaos.eu Portugal entrou para o pódio da vergonha informativa.Segundo um estudo do Centro de Informação, Democracia e Cidadania, conduzido a partir da Bulgária, somos o 12.º país do mundo mais exposto à desinformação russa — uma posição que não surge por acaso, mas sim como resultado da fragilidade estrutural da nossa cultura democrática, mediática e cívica. Durante os últimos quatro meses, foram publicadas 1550 peças de conteúdo pró-Kremlin por milhão de habitantes em território nacional. Traduzido em português claro: estamos a ser usados como laboratório experimental da propaganda russa. E porquê Portugal?Porque somos um país onde: A Rússia não nos vê como ameaça — vê-nos como…
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Crónicas da Ilusão Nacional – Episódio XXI: A Televisão como Altares do Vazio
Por Francisco Gonçalves – fragmentoscaos.eu Vivemos tempos em que a televisão já não informa, não educa, não liberta. Limita-se a ocupar o espaço da consciência coletiva com ruído, como quem despeja areia nos olhos de um povo. Os canais públicos e privados tornaram-se púlpitos da mediocridade e instrumentos do adormecimento popular. Ontem, o país parou. Todos os canais – todos – renderam-se ao luto contínuo pela morte do Papa Francisco. O mesmo Papa que, apesar da sua postura progressista e humana, representava uma instituição arcaica, patriarcal e muitas vezes cúmplice com os grandes poderes. Durante 24 horas por dia, o ecrã transformou-se num altar. Repetições infinitas. Comentadores comovidos. Repórteres com…
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“Ao desconcerto do mundo” — Camões e a ironia de um tempo sem concerto
Luís de Camões, esse mestre de palavras e naufrágios, deixou-nos um soneto que, mais do que poesia, parece relatório sociológico de 2025: “Os bons vi sempre passar / No mundo graves tormentos; / E para mais me espantar, / Os maus vi sempre nadar / Em mar de contentamentos.” Parece escrito ontem, não parece? E com pena digital. Camões, com a sua pena de ferro e espírito de fogo, não se limitou a apontar o absurdo — ele viveu-o. Viu-se pobre, exilado, perseguido, e tudo isso com talento a mais e proteção a menos. Já os medíocres do seu tempo… nadavam em contentamentos. Nada de novo sob o sol, diria…
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O Primeiro-Ministro Desfila, o País Estagna
Luís Montenegro continua a governar como quem passeia num domingo de sol. Discursa, posa para a fotografia, caminha de peito feito por avenidas e praças como se nada de grave se passasse no país. É uma liderança de encenação, onde a imagem importa mais do que a substância, e onde os problemas reais dos portugueses parecem ficar sempre para segundo plano. O país continua atolado em dificuldades crónicas: os jovens emigrados ou desesperançados, a habitação inacessível, os salários indignos, os serviços públicos degradados, os idosos ao abandono, a justiça lenta, a corrupção difusa e a economia estagnada. Mas para o Primeiro-Ministro, tudo parece reduzido a uma coreografia institucional, com falas…
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O Filho Aprova, o Pai Lucra – A Promiscuidade como Norma
Crónica: O Filho Aprova, o Pai Lucra – A Promiscuidade como Norma Em Portugal, os escândalos políticos já não causam espanto. Vivemos num estado de anestesia cívica em que o incrível passou a ser rotina, e o inadmissível é tratado com normalidade burocrática. A mais recente mostra desse teatro da promiscuidade institucional envolve Pedro Nuno Santos, dirigente do Partido Socialista e ex-ministro das Infraestruturas. Veio a público que a empresa do seu pai celebrou contratos com o Estado durante o período em que Pedro Nuno Santos exercia funções governativas. Contratos esses que passaram por áreas sob sua tutela ou influência direta. Ora, a Lei n.º 52/2019, de 31 de julho,…
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O Reino Capturado – Pactum e o Colapso Ético de Portugal
Por Francisco Gonçalves – fragmentoscaos.eu Há muito que suspeitávamos. Hoje, confirma-se: Portugal não é apenas um país. É um sistema capturado.A Operação Pactum, com 43 arguidos — incluindo um diretor do Banco de Portugal e buscas a empresas como a MEO — é apenas mais uma página do grande livro negro da corrupção nacional. Carlos Moura, o nome que agora emerge, é o símbolo perfeito da podridão institucionalizada. Antigo quadro da Portugal Telecom, hoje sentado no topo tecnológico do Banco de Portugal — a entidade que deveria garantir a integridade do nosso sistema financeiro. Eis o retrato da promiscuidade: regulador e regulado são apenas dois lados do mesmo conluio. A…