humanidade,  Política Internacional,  Totalitarismo

Ucrânia: A Liberdade de Joelhos e o Silêncio dos Fortes

Spread the love

Um lamento, uma oração, uma denúncia.

Em tempos não muito distantes, havia um país que ousou sonhar. Um país que, entre as ruínas soviéticas, ergueu a cabeça e sussurrou: “Queremos ser livres.”
Esse país chamava-se Ucrânia.

Mas os sonhos têm um preço, e o despertar pode ser brutal.

Quando os primeiros tanques russos atravessaram a fronteira, o mundo ficou em choque. Por cinco minutos.
Depois, vieram as cimeiras, os discursos, os capacetes e coletes à prova de balas enviados por países que gastam bilhões em exércitos mas hesitam perante a tirania.
Vieram os apoios, mas sempre com rodapés. A ajuda militar, mas sempre atrasada. A compaixão, mas com burocracia.

Enquanto isso, cidades ardiam. Famílias fugiam.
Crianças aprendiam o som das sirenes antes das palavras.

Hoje, passados mais de dois anos de guerra, o que resta?

  • Uma Ucrânia exausta, esgotada de homens, recursos e fé.
  • Um Ocidente que, ao invés de agir com a coragem que apregoa, ajoelha-se ao altar da diplomacia morna.
  • Uma Rússia que avança, impune, com a certeza de que a moral é apenas um acessório descartável da geopolítica.

Putin não está a ganhar só uma guerra. Está a provar ao mundo que o século XXI também pode ter impérios, ditadores, anexações e genocídios — se forem feitos com a frieza e cálculo certos.

E Macron? E Scholz? E Biden?
Conversam, telefonam, analisam. Mas nenhum deles está na linha da frente a enterrar amigos. Nenhum deles perdeu a casa, a mãe ou a infância sob um míssil hipersónico.

A liberdade, outrora um valor sagrado, tornou-se um slogan de campanha.
E a Ucrânia, que ousou desejá-la, tornou-se um aviso: quem desafiar o czar, paga com sangue.

Talvez ainda haja tempo para inverter esta tragédia. Mas cada dia de indecisão, cada tanque que não chega, cada hesitação ocidental, cava mais fundo o túmulo de um povo que apenas queria existir sem correntes.

A Ucrânia não é só um país.
É o espelho onde o mundo se vê — e talvez não goste do que vê.


Artigo de Francisco Gonçalves


Excerto

Na terra onde as papoilas já não crescem,
as crianças dormem com olhos abertos e corações fechados.
Os tanques não trazem justiça, mas ruína.
E a Europa — assustada, hesitante — contempla o abismo
enquanto o sangue inocente escreve a História com lágrimas.


Hino à Liberdade

Não nos calaremos.

Ainda que as bombas abafem os sinos,
e os tiranos roubem o sol,
a Liberdade marchará descalça,
entre escombros e esperanças.

Porque não há império que vença
a coragem de um povo livre,
nem silêncio que apague
o grito de um coração que ama.

Glória aos que resistem!
Luz aos que caem!
E fogo no peito dos que esquecem.

Que a Ucrânia —
e todos os povos em sofrimento —
sejam a semente de um mundo mais justo.

Viva a Liberdade. Sempre.


Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

📚 Explora a Biblioteca Fragmentos do Caos