Democracia e Sociedade

Justiça Cega, Mas Não Inocente: Como o Sistema Judicial Protege os Poderosos em Portugal

Publicado em fragmentoscaos.eu


Introdução: Justiça para Todos? Só na Teoria.

Em Portugal, a justiça é lenta, cara e seletiva. Enquanto cidadãos comuns enfrentam condenações por furtos menores ou atrasos no Fisco, os poderosos vivem à margem da lei – protegidos por advogados de elite, processos intermináveis e uma cultura de impunidade.

Dizem-nos que “a justiça é cega”, mas em Portugal ela parece apenas olhar para o lado certo: o dos intocáveis.


1. O Teatro da Impunidade

Casos mediáticos acumulam-se há décadas:

  • José Sócrates, detido em 2014, ainda sem julgamento efetivo.
  • Ricardo Salgado e o caso BES, exemplo máximo de colapso financeiro sem verdadeiro castigo.
  • Rendeiro, que fugiu do país com tempo e meios para preparar a sua escapada.

O padrão repete-se: processos que se arrastam, recursos infinitos, prescrições oportunas. E no fim, nada muda.


2. Justiça a Dois Ritmos

Enquanto os ricos navegam o sistema com equipas legais e “trâmites processuais”, os pobres enfrentam:

  • Prisão preventiva por crimes menores.
  • Advogados oficiosos sobrecarregados.
  • Prazos apertados e decisões relâmpago.

O sistema serve para disciplinar os fracos e proteger os fortes.


3. As Raízes da Falência Judicial

  • Código Penal labiríntico, cheio de brechas.
  • Falta de meios humanos e tecnológicos.
  • Dependência política e falta de independência funcional.
  • Cultura de silêncio e corporativismo entre magistrados.

4. A Reforma Possível – e Necessária

Nenhuma democracia sobrevive com uma justiça desacreditada. Eis propostas concretas:

  • Limites legais ao tempo de julgamento.
  • Acesso gratuito à justiça para cidadãos vulneráveis.
  • Transparência obrigatória em processos com figuras públicas.
  • Participação cidadã em órgãos de fiscalização judicial.

5. O Que Podes Fazer?

  • Denunciar casos injustos nas redes e blogs.
  • Apoiar projetos como a Frente Cívica ou Transparência Internacional.
  • Exigir reformas nos programas políticos locais.
  • Participar em assembleias populares para fiscalizar o sistema.

Conclusão: Justiça que Protege o Poder Não É Justiça

Enquanto Portugal mantiver um sistema judicial que favorece os poderosos e despreza o cidadão comum, nenhuma mudança estrutural será possível.

Sem justiça, não há democracia.

O tempo de esperar já passou. Agora é hora de agir.


Artigo da autoria de Augustus

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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