Democracia e Sociedade

A Farsa do Crescimento


Quando os números brilham… e o povo continua na sombra

Durante meses, Montenegro e os seus apaniguados repetiram a frase como um troféu:
“Portugal está a crescer acima da média da União Europeia.”
Dita com orgulho. Dita com pompa.
Dita como se esse número, isolado do resto da realidade, fosse a prova definitiva de sucesso.

Mas o tempo — esse contador implacável de verdades — encarregou-se de revelar o que muitos já sabiam:
o crescimento era espuma.
E agora a maré baixou.


Crescimento de fachada

Portugal cresceu, sim.
Mas cresceu em quê?

  • No turismo de sol e sardinha.
  • No consumo movido a crédito.
  • Nos fundos europeus canalizados para o costume.
  • Na especulação imobiliária e nas rendas absurdas.

Enquanto isso:

  • A produção industrial continuou a definhar.
  • A agricultura perdeu força.
  • A ciência e a tecnologia foram ignoradas.
  • E a educação foi tratada como um peso orçamental.

Não é crescimento — é sobrevivência estatística.


A verdade económica

Hoje, a economia está em contração.
As famílias não conseguem respirar.
As empresas fecham silenciosamente.
O desemprego real — aquele que se esconde nos contratos a prazo e nos recibos verdes — alastra.

E os salários?
Continuam miseráveis,
ao passo que o custo de vida sobe com arrogância.

Mas os ministros sorriem nos telejornais,
e as agências de comunicação continuam a produzir manchetes simpáticas,
como se o povo vivesse das narrativas e não da realidade.


Uma economia sem chão

Portugal não tem uma economia sustentável.
Tem um modelo frágil,
dependente de fatores externos,
sem margem para resistir a choques.

E porquê?
Porque há décadas que os governos governam para os ciclos eleitorais e não para o futuro.


Conclusão: a queda já começou

A tão aclamada recuperação era uma ilusão bem montada.
E agora, o país confronta-se com a ressaca — sem energia, sem rumo, e com uma população cada vez mais exausta.

Portugal não precisa de políticos que vendam miragens.
Precisa de estratégia, coragem e verdade.
E disso, tem havido muito pouco.

Augustus Veritas
(Fragmentos do Caos)


Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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