Democracia e Sociedade,  humanidade

A Farsa do Desemprego Baixo: Portugal em Silêncio Económico


Mas a realidade nas ruas, nas pequenas oficinas, nos escritórios familiares, nos balcões das lojas,diz outra coisa.

Portugal está a afundar-se numa onda silenciosa de falências.
E finge não ver.


A falácia das estatísticas

O desemprego “baixo” em Portugal é um número bem penteado.
Esconde realidades incómodas:

  • Pessoas que desistiram de procurar trabalho e já não contam para os números,
  • Jovens em estágios intermináveis, pagos com trocos,
  • Contratos precários de dias, semanas, meses,
  • Programas ocupacionais que fingem empregar, mas apenas camuflam o desemprego.

E, sobretudo, esconde o colapso contínuo do tecido empresarial nacional.


PMEs em agonia

Enquanto se festejam taxas fictícias, milhares de pequenas e médias empresas — a base da economia portuguesa — estão a fechar portas.
Porquê?

Porque:

  • Não conseguem competir com as grandes plataformas globais;
  • São esmagadas por impostos e burocracia kafkiana;
  • Têm dificuldades em inovar num país sem incentivo real à criatividade e risco;
  • Enfrentam uma concorrência internacional implacável, sem proteção nem estratégia.

E pior: quando uma PME morre, não é só uma empresa.
É uma família.
São vizinhos.
É uma aldeia ou bairro que perde dinamismo.
É um país que perde autonomia económica.


A ilusão do crescimento

Portugal não cresce.
Sobrevive com transfusões da UE, turismo de massas e serviços low cost.
A indústria está estagnada.
A agricultura morre de abandono.
A inovação vive em silos académicos, longe do mundo real.

O que cresce mesmo é:

  • A dívida pública,
  • A dependência externa,
  • A precariedade,
  • A desigualdade,
  • O desânimo coletivo.

O futuro, se nada mudar

Se nada for feito para proteger e capacitar o tecido empresarial nacional, Portugal corre o risco de se tornar um país de empregados precários ao serviço de capital estrangeiro.

Sem empresas sólidas, não há soberania económica.
Sem empregos com futuro, não há jovens com raízes.
Sem coragem política para dizer a verdade, não há democracia saudável.


Conclusão

Portugal vive uma mentira confortável.
Mas os números não pagam salários.
As estatísticas não criam empresas.
E o desemprego “baixo” não vale nada se o país estiver economicamente moribundo.

Francisco Gonçalves
(Fragmentos do Caos)


Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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