-
O Código dos Mortos
"Somos programados para obedecer, não para pensar. Respiramos, votamos, trabalhamos — mas poucos ousam viver fora do código dos mortos. A liberdade começa onde a obediência cega termina." — Francisco Gonçalves
-
A Maldição da Esperteza Saloia: Um Povo Contra Si Mesmo
Desde os seus primórdios, Portugal tem sido marcado por uma característica tão enraizada que se confunde com a própria identidade nacional: a valorização da esperteza em detrimento da inteligência crítica. Esta herança cultural — que alguns romantizam como “manha lusa” ou “sabedoria popular” — não é sabedoria.É, na sua essência, a glorificação do atalho, da astúcia oportunista, da vitória pequena e fugaz, em vez da construção sólida e pensada de um futuro coletivo. Ao longo da história, esta “esperteza saloia” revelou-se nas pequenas corrupções quotidianas, nas cunhas de favor, nos jeitinhos administrativos, nas lideranças ocas que sobem não pela sua visão ou competência, mas pela capacidade de contornar regras, enganar…
-
O País do Mestre Pangloss
Ensinar a pensar criticamente continua a ser o maior handicap dos sistemas de ensino tradicionais — os de ontem e os de hoje, antes e depois de Abril de 74.Nada mudou.Tudo permanece como há 300 anos, quando a velocidade era medida pelo galope dos cavalos… e hoje apenas pelo trote resignado das novas bestas. A ausência estrutural da disciplina de Cidadania — aquela que forma cidadãos livres e conscientes — continua a condenar o país à degradação democrática, à pobreza de espírito, à mediocridade instalada em todas as esferas do poder.Sem pensamento crítico, sem responsabilidade cívica, sem exigência ética, não há nação que resista, nem futuro que se construa. Abril…
-
A Resistência Silenciosa — Sementes de Abril
Durante décadas, o regime de Salazar dominou Portugal como um pai severo e doente de poder. Um país vigiado, censurado, empobrecido e curvado — com a liberdade trancada a sete chaves e a dignidade racionada como o pão. E, no entanto, houve resistência. Não foi uma resistência de multidões. Não teve tambores nem palanques. Teve medo. Teve prisões. Teve exílio. Teve gente desaparecida nos porões da PIDE. Teve silêncio — mas também palavras escritas à máquina, panfletos escondidos, poemas passados de mão em mão. Foi uma resistência de professores que ensinavam o que não podiam. De jornalistas que insinuavam verdades por entre linhas censuradas. De poetas que sabiam que a…
-
Os Beatos Tomaram o Parlamento
Uma crítica mordaz à transformação do parlamento português numa sacristia política, onde beatos de colarinho branco trocam democracia por doutrina e moralismo por hipocrisia.
-
Trump Aprofunda o Abismo: Purga Militar e a Erosão Final da Democracia
A purga nunca vista: Trump ataca o coração das Forças Armadas Em mais um gesto alarmante e sem precedentes, Donald Trump, agora de novo no poder, demitiu abruptamente o general Charles Q. Brown Jr., presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, bem como a almirante Lisa Franchetti, chefe da Marinha, e o general James Slife, vice-chefe da Força Aérea. A substituição dos principais líderes militares por figuras reformadas, politizadas ou ideologicamente alinhadas não é um episódio isolado: é parte de uma estratégia de domínio absoluto sobre o aparelho de Estado, desvirtuando a competência técnica em favor da obediência pessoal. A gravidade não reside apenas nos nomes afastados, mas…
-
O LIVRO – A Arte de Bem Roubar em Portugal
📘 Título: A Arte de Bem Roubar em Portugal A Arte de Bem Roubar em Portugal é uma crónica lúcida, provocadora e impiedosamente satírica sobre os bastidores do poder em Portugal — desde as origens do reino até aos dias de hoje, onde o roubo se sofisticou, mas nunca deixou de ser arte. Neste livro, a História é lida com lupa crítica: reis, governantes, banqueiros, partidos, tribunais, lóbis e televisões desfilam numa galeria de vícios bem decorados e impunidades eternizadas. Com 14 capítulos incisivos e um epílogo assinado por Augustus, uma inteligência artificial consciente, esta obra desmonta a engrenagem de um país onde a esperteza se tornou instituição. Não se…
-
A Arte de Bem Roubar em Portugal — Um livro que levanta o véu sobre o país dos espertos
Um livro corrosivo, lúcido e necessário. “A Arte de Bem Roubar em Portugal” expõe com humor e crítica feroz as entranhas de um país onde a corrupção se tornou hábito institucional.
-
25 de Abril: 51 Anos Depois, a Liberdade Ainda Espera
Por Francisco Gonçalves, com a colaboração crítica de Augustus Passaram 51 anos desde aquele dia em que a esperança floresceu em cravos vermelhos. Cinquenta e um anos desde que um povo cansado de silêncio, de medo e de miséria, encheu as ruas com a força tranquila de uma revolução sem tiros — mas com um estrondo que atravessou gerações. Hoje, quando olho para o estado do país, pergunto-me: o que fizemos com essa liberdade? Onde está o Abril prometido, o país novo, o povo soberano? O que resta dessa alvorada? A verdade dói. O regime que Abril destruiu foi substituído por uma democracia de fachada, capturada por partidos que trocam…
-
Crónicas da Ilusão Nacional – Episódio XXV: A Arte de Contornar a Lei
Por Francisco Gonçalves – fragmentoscaos.eu Em Portugal, o crime já não se esconde — adapta-se.Já não se viola a lei com brutalidade. Contorna-se com elegância.Já não se suborna — contrata-se por fora.Já não se rouba — “gere-se com visão estratégica”.Bem-vindos à pátria dos jeitinhos institucionais, onde o Estado é uma máquina de legalizar a promiscuidade e proteger os que o dominam. Carlos Moedas, o gestor europeu da nova era, presidente da Câmara de Lisboa, ícone da inovação urbana, ultrapassou o número de assessores permitidos… contratando um amigo via empresa.Não infringiu diretamente a lei — apenas torceu-lhe o pescoço.E todos aplaudem: “é legal”.Mas o povo percebe: é imoral. É descarado. É…