Democracia e Sociedade,  Sociedade e politica

Portugal: Entre Urnas Votadas e Esperanças Vazias

Portugal entra novamente em campanha eleitoral. Mais uma.
Depois do tsunami Montenegro, que nada trouxe senão desilusão e promessas por cumprir, os portugueses são chamados de novo às urnas — como quem vai a uma procissão forçada, já sem fé, já sem esperança.

51 anos de democracia formal serviram apenas para alimentar a ilusão da alternância entre PS e PSD, dois partidos que se revezam no poder como se fossem equipas do mesmo teatro, encenando um falso confronto para manter o povo anestesiado.

Durante este meio século:

  • Três bancarrotas,
  • Dívida pública monstruosa e impagável,
  • Serviços públicos a ruir,
  • Educação em colapso,
  • Saúde em coma,
  • Justiça cúmplice ou incompetente,
  • Corrupção generalizada,
  • Salários miseráveis,
  • Habitação inacessível,
  • Indústria e agricultura reduzidas a escombros,
  • Dependência crónica da esmola europeia.

E o que fazem os partidos no Parlamento?
Discutem bagatelas, escândalos de ocasião, jogos florais.
O país real, esse, está a sufocar.


E Votar em Quem?

O povo olha em redor e pergunta-se:
Votar em quê? Votar em quem?

— No PS ou no PSD, que durante décadas se serviram do Estado em vez de o servir?
— No Chega, que surfa a raiva popular mas não passa de um embuste extremista e vazio, que clama por ordem e grita vingança — mas não tem ideias nem soluções?
— Nos pequenos partidos da esquerda radical, que confundem o povo com dogmas e propostas irrealistas, sempre de costas voltadas uns para os outros?

A verdade é uma só: o povo português está órfão.
Não tem alternativa real.
Está condenado a repetir eleições que não mudam nada.
Está sem voz, sem representação, sem saída à vista.


Uma Nação Refém

Portugal transformou-se numa nação de serviços e turismo, sem produção, sem projeto, sem rumo.
Um país pobre com aparência de moderno.
Um povo adestrado para aceitar tudo — menos mudar o essencial.

E porquê?
Porque a cultura de cidadania é quase inexistente.
Porque ensinaram ao povo que “não vale a pena”, que “são todos iguais”, que “melhor não mexer”.
E assim, de eleição em eleição, de governo em governo, o país apodrece em silêncio.


E Agora?

Agora… o ciclo repete-se.
As televisões anunciam debates que não interessam a ninguém.
Os partidos disputam percentagens como se estivessem a dividir migalhas de um pão já bolorento.
E o povo… esse vai às urnas porque o mandam, mas não porque acredite.

Portugal precisa de uma ruptura — e não de mais promessas recicladas.
Precisa de um despertar cívico profundo.
De um movimento livre, lúcido e intransigente, fora do sistema viciado que domina há décadas.

Mas enquanto isso não nasce, a pergunta permanece no ar, como um grito preso na garganta de milhões:

“Votar em quem?”

Francisco Gonçalves
(Fragmentos do Caos)


Créditos para IA, DeepSeek e ChatGPT, (c)

Imagens cortesia de OpenAI (c)

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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