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Sem Plano B para Putin: A Paz Não Coexiste com a Tirania

A história da Europa está marcada por tentativas de apaziguamento que acabaram por alimentar os monstros que se queriam evitar. Em pleno século XXI, o continente volta a confrontar-se com um dilema antigo, revestido de novos contornos, mas impulsionado pela mesma lógica imperial: a existência de um regime autoritário que se recusa a aceitar as regras da convivência pacífica entre nações soberanas.

Vladimir Putin não é um estadista tradicional. É um produto de um sistema corroído por saudades imperiais e paranoia de cerco. O seu regime representa uma negação sistemática dos valores democráticos, da autodeterminação dos povos, da liberdade de imprensa e do pluralismo político. A invasão da Ucrânia não foi um acidente nem uma resposta a provocações ocidentais, como alguns ainda tentam sugerir. Foi a execução calculada de uma visão: a de que a Rússia tem o direito de subjugar os seus vizinhos e redesenhar as fronteiras com base na força.

A Europa, ainda traumatizada por guerras passadas, tem procurado um equilíbrio frágil, quase sempre esperando que o regime russo recue por razões de bom senso ou pressão económica. Mas não há razão que chegue para convencer quem acredita ser guiado por um destino histórico. Não há sanções que demovam quem está disposto a sacrificar o bem-estar do seu povo em nome de uma fantasiosa grandeza nacional.

A realidade é clara, por mais desconforto que provoque: Putin tem de ser vencido e deposto. Não há plano B. Qualquer solução diplomática que o mantenha no poder é apenas um adiamento da próxima agressão. Não se trata de desejar guerra, mas de reconhecer que a paz verdadeira é incompatível com a permanência de tiranos armados e legitimados.

Putin representa não apenas uma ameaça militar, mas também um ataque ideológico à democracia. A sua influência alastra como veneno: alimenta movimentos extremistas, corrompe elites, manipula redes sociais, infiltra democracias com a astúcia de quem já compreendeu como minar sistemas abertos por dentro. A sua queda é condição para uma nova era de estabilidade.

Cabe à Europa e ao mundo livre perceber que o tempo das ambiguidades acabou. Continuar a tolerar Putin é perpetuar a insegurança, a chantagem nuclear, os crimes de guerra, o silêncio das vítimas. É dar tempo a um regime para se reinventar e atacar de novo.

A paz que se constrói com covardia é uma paz podre. A verdadeira paz exige coragem, firmeza e um compromisso inabalável com os princípios. E o primeiro desses princípios é este: não se pode construir futuro ao lado de quem vive ancorado no passado e alimentado pelo medo.

Putin cairá. E quando cair, talvez então a Europa possa, enfim, respirar sem sobressaltos e reconstruir uma ordem assente não na dissimulação, mas na verdade. Até lá, não nos iludamos: estamos em guerra com a tirania. E não há plano B.

Por : Francisco Gonçalves

Créditos para IA, DeepSeek e ChatGPT *c)

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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