Portugal: O País Onde Compensa Roubar

Num tempo em que os escândalos políticos se sucedem como as estações do ano, Portugal parece ter-se rendido àquilo que outrora era execrado: a normalização da corrupção, da impunidade e da promiscuidade entre poder político e interesses privados. A sensação instalada no seio da sociedade é clara: neste país, compensa roubar, desde que se roube o suficiente e se tenha as “amizades” certas.
A sucessão de casos envolvendo governantes, autarcas, administradores públicos e figuras de topo do regime já não choca. A justiça, sistematicamente lenta e ineficaz, raramente apresenta resultados que restabeleçam a confiança pública. A impunidade tornou-se a regra, não a exceção. Pior ainda: os que roubam são muitas vezes premiados com cargos, consultorias, pensões douradas e honrarias de Estado.
O povo, esse, paga a conta: 23% de IVA em tudo, salários miseráveis, escolas em ruínas, hospitais com filas de meses e jovens empurrados para a emigração. Enquanto isso, a elite político-empresarial continua a viver como num país nórdico – com tudo pago pelo erário público.
A indignação é crescente, mas a ação coletiva ainda é tímida. Falta um grito nacional que diga “basta!”. Falta coragem política para romper com o sistema de favores, de compadrios e de silêncios cúmplices que domina a máquina do Estado.
Portugal está bem entregue? Não. Portugal está sitiado por interesses que matam o futuro à nascença. E só um novo contrato social – baseado em transparência, justiça célere e ética pública intransigente – poderá devolver a esperança a um povo cansado de ser traído.
A pergunta é: quanto mais vamos aguentar até nos levantarmos?
Créditos para IA, DeepSeek e chatGPT (c)