“Um Povo que Elege Corruptos Não é Vítima – É Cúmplice”

A dura verdade da responsabilidade cívica
Numa democracia, o poder emana do povo. Essa é uma das ideias centrais da soberania popular consagrada nas constituições modernas. Porém, esta frase provocadora — muitas vezes atribuída a George Orwell — alerta para uma realidade desconfortável: quando os corruptos são reiteradamente eleitos, a culpa já não recai apenas sobre eles, mas sobre todos nós.
Portugal, como muitas outras democracias, vive um ciclo vicioso de escândalos, impunidade e desencanto. Figuras públicas envolvidas em casos de corrupção, favorecimento, abuso de poder ou gestão danosa continuam, eleição após eleição, a ocupar cargos de liderança. E apesar das denúncias, das investigações e do descrédito, grande parte do eleitorado continua a escolher os mesmos protagonistas, muitas vezes por resignação, medo da mudança ou falta de alternativas credíveis.
A democracia sequestrada pela indiferença
A abstenção, que frequentemente ultrapassa os 50%, é uma das maiores provas do colapso de confiança entre governantes e governados. Muitos não votam por desilusão; outros votam nos “menos maus”, aceitando a mediocridade como o preço da estabilidade. Mas essa escolha passiva perpetua o problema. Quando o voto não é um ato consciente e exigente, torna-se um simples carimbo que legitima quem não o merece.
Se continuarmos a premiar quem trai a confiança pública, a democracia transforma-se num simulacro. E o sistema, sustentado pelo conformismo coletivo, torna-se impermeável à mudança.
Cúmplices por omissão
Ninguém está a salvo da responsabilidade. O cidadão que vota de forma irrefletida, que se deixa seduzir por promessas vazias, que ignora os sinais de corrupção ou que aceita o “rouba mas faz”, também contribui para o estado a que isto chegou. Não se trata de culpar o povo, mas de despertar consciências para o seu papel determinante. Votar é mais do que um direito — é um dever moral.
O caminho da regeneração
É preciso uma cultura democrática mais exigente. Urge:
- Educar para a cidadania desde a escola;
- Promover o debate público com qualidade e pluralismo;
- Combater a promiscuidade entre poder político, económico e mediático;
- Reforçar os mecanismos de transparência e prestação de contas;
- Criar canais de participação direta, que empoderem os cidadãos e aproximem a política da vida real.
Mas, acima de tudo, é necessário que cada cidadão se olhe ao espelho e se questione: “Estou a contribuir para uma democracia mais justa, ou a alimentar um sistema doente com o meu silêncio?”
Conclusão
“Um povo que elege corruptos não é vítima — é cúmplice.” Esta frase, por mais dura que soe, é um apelo à lucidez. A democracia morre, não apenas pela ação dos maus, mas pela omissão dos bons. Portugal, como qualquer nação, merece melhor. Mas só o terá se os seus cidadãos forem exigentes, informados e, sobretudo, ativos.
Créditos para IA e chatGPT (c)