Portugal: Tão Perto no Mapa, Tão Distante no Desenvolvimento

Portugal, país de belas paisagens e de um povo resiliente, continua a viver num ciclo vicioso de estagnação, preso a um modelo económico e institucional que parece ter congelado no tempo. Apesar da sua localização privilegiada na Europa Ocidental e do acesso a instrumentos financeiros e tecnológicos modernos, o país teima em não se reinventar. As causas são profundas, enraizadas numa cultura de favorecimento, ineficiência e falta de verdadeira meritocracia.
Um Estado refém de interesses
Vivemos num país onde as ideias são muitas vezes vistas como ameaças e os inovadores tratados como subversivos. Em vez de se valorizarem os cidadãos que pensam fora da caixa, promove-se a manutenção de esquemas corporativistas, clubes fechados e estruturas paralelas – sejam partidos, lóbis económicos, maçonarias ou confrarias de interesses – que perpetuam o poder e a estagnação.
Esta teia de compadrios gera um ambiente opaco, onde a transparência e a responsabilização raramente são regra. O resultado? Um país fortemente endividado, com níveis de pobreza chocantes e uma das maiores desigualdades sociais da União Europeia.
Tecnologia sem transformação
Portugal tem investido milhões em tecnologias de informação, mas a sua implementação é, muitas vezes, sabotada por más decisões de gestão e desinteresse estratégico. Projetos ficam esquecidos, armazéns cheios de equipamentos obsoletos ou sistemas digitais que nunca chegam a funcionar corretamente. Tudo isto representa uma sangria de recursos públicos que, em última análise, penaliza os contribuintes.
Organizações anacrónicas e chefias tóxicas
As empresas portuguesas, públicas e privadas, mantêm estruturas organizacionais rígidas e ultrapassadas, herdeiras do taylorismo industrial. Chefias intermédias, muitas vezes desprovidas de competências técnicas e movidas pelo medo de perder o controlo, perpetuam um ambiente de intimidação, controlo e desmotivação. Impedem a criatividade, abafam a colaboração e promovem o conflito interno em nome da sua própria sobrevivência.
Estas estruturas geram um custo oculto: uma perda dramática de produtividade e de capacidade de inovação. Num mundo globalizado, onde “acrescentar valor ou ser extinto” é a nova realidade, esta lógica é suicida.
A urgência de mudar: mais autonomia, menos controlo
Só há um caminho para Portugal: reinventar-se. Adotar modelos organizacionais adaptativos, flexíveis, que promovam o mérito, o pensamento crítico, a colaboração e a inovação. Isso implica eliminar burocracias inúteis, dar espaço a quem pensa e valorizar o talento.
A motivação não nasce do medo, mas do propósito. E só com equipas motivadas e valorizadas é possível preparar Portugal para os desafios do século XXI. Como disse Churchill: “Os impérios do futuro serão os impérios da mente.”
Se nada mudar, corremos o risco de continuar a assistir, impávidos, à lenta agonia de um país que tem tudo para ser grande, mas se contenta em ser pequeno. Está nas mãos de todos nós – cidadãos, empresários, governantes – exigir e construir um novo paradigma.
Créditos para IA, DeepSeek e chatGPT (c)