A Televisão Pública e Privada: Narcóticos da Nação

Em pleno século XXI, a televisão portuguesa — pública e privada — tornou-se num dos pilares mais eficazes da mediocridade nacional. A RTP, paga com os impostos dos contribuintes, deveria ser um espaço de serviço público, de promoção da cultura, da informação rigorosa e do debate plural. Em vez disso, converteu-se num veículo de entretenimento medíocre, novelas requentadas, reality shows indignos e noticiários alinhados com os poderes instalados.
Tudo isto com o dinheiro dos portugueses. Dinheiro esse que faz falta no Serviço Nacional de Saúde, na educação, nas pensões. Dinheiro que é sugado para manter uma máquina que, em vez de informar, adormece. Em vez de educar, distrai. Em vez de esclarecer, manipula.
Não estão sós: as televisões privadas seguem o mesmo caminho, alimentadas por subsídios diretos e indiretos do Estado, pelas campanhas institucionais e pela teia de interesses que une comunicação, política e negócios. Os mesmos rostos, os mesmos comentadores, os mesmos discursos reciclados, servidos como se fossem informação.
Onde está a cultura? Onde está a ciência, a história, a filosofia, a arte portuguesa? Onde está o espaço para a inteligência? Perdido. Substituído por futebol até à náusea, programas de gritaria sem conteúdo, humor vazio e reportagens que mais parecem propaganda.
No antigo regime, com um só canal, passavam mais programas culturais do que hoje com dezenas. É uma ironia trágica. Com toda a liberdade conquistada, o que fizemos foi criar uma televisão que trata os cidadãos como débeis mentais — e uma sociedade que já nem se dá conta disso.
A televisão é hoje o novo ópio do povo. Já não é a religião que narcotiza — é o ecrã. E isso serve bem os interesses do regime partidário instalado, que prefere um povo passivo, conformado e entretido com frivolidades, do que um cidadão informado e exigente.
É urgente exigir uma RTP verdadeiramente independente, digna, pedagógica e culturalmente útil. E é urgente cortar o cordão umbilical entre o poder político e a comunicação social. Uma democracia não sobrevive sem uma imprensa livre — e um povo não evolui sem cultura.
Até lá, continuaremos a ver o país afundar-se ao som de risos enlatados, futebol diário e talk-shows que insultam a inteligência.
Créditos para IA, chatGPT e DeepSeek (c)