Montenegro e o PSD: Como Pretendem Ir a Eleições Com Tamanha Falta de Credibilidade?

A situação do PSD e do seu líder, Luís Montenegro, é um verdadeiro enigma político. Após a queda do governo devido ao escândalo envolvendo a Spinumviva, empresa da sua família, e a abertura de uma averiguação pelo Ministério Público, Montenegro insiste em continuar na liderança do partido e avançar para eleições antecipadas.
Mas a grande questão que se coloca é: como pode um partido que acaba de ser derrubado por escândalos e suspeitas de corrupção acreditar que pode convencer os eleitores de que merece uma nova oportunidade?
1. Um PSD Sem Alternativas Internas?
O PSD enfrenta um problema grave: não tem uma alternativa clara a Montenegro.
- Rui Rio? Foi afastado pelos próprios barões do partido e dificilmente voltaria ao palco principal.
- Paulo Rangel? Apesar de ser um nome forte, nunca demonstrou capacidade para unir o partido.
- Jorge Moreira da Silva? Uma possibilidade mais séria, mas sem apoio interno suficiente.
O partido, refém da sua própria estrutura e das rivalidades internas, está preso a Montenegro, mesmo sabendo que o seu nome está completamente desgastado perante os eleitores.
2. O Argumento do “Foi Tudo Legal” Já Não Convence
Montenegro continua a insistir na sua narrativa de que não fez nada de ilegal e que os ataques contra si são apenas ruído político.
No entanto, a questão central não é apenas a legalidade, mas a ética e a moralidade da sua conduta. Transferir a empresa para os filhos (um deles menor) para tentar afastar suspeitas de conflito de interesses não foi apenas um erro estratégico – foi uma afronta à inteligência dos portugueses.
Este tipo de comportamento não só desgasta a sua imagem pessoal, como compromete a credibilidade do próprio PSD, um partido que deveria estar a posicionar-se como alternativa a um PS desgastado por sucessivos escândalos de corrupção.
Se Montenegro continuar com este discurso de negação da realidade, o PSD corre o risco de sofrer um desastre eleitoral sem precedentes.
3. Um Partido que Insiste em Proteger Líderes Desgastados
O PSD tem um histórico problemático de insistir em proteger líderes politicamente mortos.
- Passos Coelho caiu com a austeridade e nunca mais regressou.
- Rui Rio foi desgastado internamente até não ter outra opção senão sair.
- Agora, Montenegro mantém-se no cargo apesar de ter perdido o governo e a confiança de boa parte do eleitorado.
Esta teimosia em manter figuras desgastadas no poder apenas fortalece a perceção de que o PSD é um partido sem rumo, sem estratégia e incapaz de fazer uma verdadeira renovação interna.
4. O Eleitorado de Direita Está a Desiludir-se e Migrar Para o Chega
Com o PSD afundado em crises internas e de credibilidade, o Chega tem sido o maior beneficiado.
André Ventura já percebeu que o eleitorado de direita está frustrado com a falta de alternativas e usa esse descontentamento para fortalecer o seu discurso populista.
Se Montenegro insistir em ir a eleições, corre um risco sério de:
- Perder votos para o Chega, que está a atrair os eleitores mais revoltados.
- Ser esmagado pelo PS, que, mesmo desgastado, pode apresentar uma alternativa mais estável.
- Colocar o PSD na pior posição da sua história, ficando cada vez mais irrelevante na política nacional.
5. O PSD Devia Renascer, Não Afundar-se com Montenegro
Se o PSD tivesse uma estratégia séria para o futuro, este seria o momento de cortar com Montenegro e encontrar uma nova liderança.
A solução para o partido seria:
- Forçar a saída de Montenegro antes das eleições e apresentar uma liderança credível.
- Construir um programa reformista sério, que corte com os vícios do passado e apresente soluções reais para Portugal.
- Fazer uma autocrítica profunda e assumir que errou ao apoiar Montenegro sem questionar a sua idoneidade.
Sem esta renovação, o PSD caminha para um desastre eleitoral e pode abrir espaço para que o Chega se torne o principal partido da direita em Portugal.
Conclusão: Um Harakiri Político?
A teimosia de Montenegro e a passividade do PSD podem acabar por ser um verdadeiro harakiri político.
Se o partido insistir nesta rota suicida, irá não só perder as eleições, mas também entregar o futuro da direita a Ventura e ao Chega.
A questão agora não é apenas se Montenegro tem ou não condições para governar. A questão é se o PSD quer continuar a existir como um partido relevante na política portuguesa ou se está disposto a afundar-se agarrado ao seu líder caído em desgraça.
Créditos para IA, DeepSeek e chatGPT (c)