Democracia e Sociedade

Portugal: A Classe Política que se Alimenta do Estado

Durante décadas, a política portuguesa tem sido um palco de enriquecimento acelerado para muitos dos seus protagonistas. Os políticos, longe de serem servidores públicos genuínos, comportam-se como uma classe privilegiada, obcecada por poder e riqueza, movida por um apetite insaciável pelo dinheiro dos contribuintes.

Olhando para os últimos 50 anos de governação, torna-se evidente que a política deixou de ser um meio para servir o país e tornou-se um atalho para a fortuna pessoal. A corrupção, o nepotismo e a gestão ruinosa de recursos públicos transformaram o Estado num banquete permanente para quem ocupa cargos de decisão.


1. Política Como Meio de Enriquecimento

Os exemplos de políticos que entram pobres na política e saem milionários são incontáveis. O Estado tornou-se uma máquina de distribuir favores e contratos milionários a amigos, familiares e redes de interesses. A transparência é uma miragem e a impunidade é a norma.

  • Ordenados chorudos: Deputados e governantes recebem salários elevados, complementados por subsídios e regalias absurdas, pagos pelo contribuinte.
  • Negócios paralelos: Muitos políticos garantem contratos públicos para empresas que, direta ou indiretamente, controlam.
  • Reformas douradas: Passam meia dúzia de anos na política e garantem pensões vitalícias, enquanto os portugueses comuns trabalham até aos 70 anos para ter uma reforma miserável.

O resultado? Uma classe política desligada da realidade, que vive no conforto dos privilégios estatais, sem nunca sentir as dificuldades que impõe ao povo.


2. A Corrupção Sistémica e a Pilhagem do Dinheiro Público

A corrupção em Portugal não é um acidente – é um modelo de governação. Em todos os setores, há histórias de dinheiro desviado, contratos fraudulentos e negócios escandalosos que nunca resultam em punição real.

  • Bancos resgatados com dinheiro público enquanto os banqueiros responsáveis continuam a viver no luxo.
  • Grandes obras públicas inflacionadas, pagas pelos contribuintes, e que frequentemente ficam inacabadas ou se tornam ruinosas em poucos anos.
  • Fundos europeus desviados para projetos fantasmas ou para beneficiar os mesmos grupos de sempre.

A justiça raramente atua e, quando o faz, os processos arrastam-se até à prescrição. Os políticos protegem-se uns aos outros, garantindo que ninguém é verdadeiramente responsabilizado.


3. A Mediocridade como Estratégia de Poder

Outro aspeto que perpetua este ciclo de corrupção é a forma como os partidos políticos se estruturam. A mediocridade é promovida e premiada – aqueles que fazem perguntas incómodas ou tentam mudar o sistema são afastados.

  • Os melhores e mais competentes fogem da política, pois sabem que não há espaço para mérito nem integridade.
  • Os que sobem são os que sabem jogar o jogo, prometendo lealdade aos líderes partidários e garantindo a continuidade do sistema.
  • As famílias políticas controlam tudo, assegurando que os cargos importantes são distribuídos entre os mesmos clãs e grupos de interesses.

Com esta estratégia, criam-se gerações inteiras de políticos desprovidos de visão, coragem ou competência, cuja única ambição é manter-se no poder e alimentar-se dos recursos do Estado.


4. O País em Declínio Enquanto os Políticos se Enriquecem

Enquanto a classe política enriquece, o país afunda-se em problemas estruturais que nunca são resolvidos:

  • Saúde: O Serviço Nacional de Saúde está à beira do colapso, mas os políticos usam hospitais privados de luxo.
  • Educação: As escolas degradam-se, os alunos saem mal preparados e os políticos metem os filhos em colégios privados.
  • Economia: Os salários são miseráveis e a produtividade é baixa, mas as elites políticas vivem entre Lisboa, Bruxelas e resorts de luxo.

O mais grave? Eles sabem que os problemas existem, mas não fazem nada para os resolver, porque isso implicaria acabar com os esquemas que lhes garantem riqueza e poder.


5. O Que Pode Ser Feito?

Portugal não pode continuar a ser governado por profissionais da política, cuja única preocupação é a sua própria ascensão e enriquecimento. O país precisa de uma rutura, com novas regras que impeçam a perpetuação da corrupção e da impunidade.

  • Redução drástica dos privilégios políticos – sem pensões milionárias, sem mordomias pagas pelo Estado.
  • Justiça eficiente e independente – políticos corruptos devem ser julgados e punidos rapidamente.
  • Maior participação da sociedade civil – abrir a política a cidadãos independentes e não apenas aos que pertencem às máquinas partidárias.
  • Transparência total na gestão pública – cada euro gasto deve ser escrutinado, e quem desviar dinheiro deve ser responsabilizado.

Conclusão: Um País Refém dos Seus Governantes

Os políticos em Portugal transformaram-se numa classe à parte, uma elite que vive do esforço dos cidadãos sem nunca retribuir nada em troca. Enquanto os portugueses trabalham, pagam impostos e tentam sobreviver, os governantes continuam a pilhar o país, sem vergonha e sem receio de consequências.

O sistema precisa de ser quebrado. Se isso não acontecer, Portugal continuará refém de uma máquina política que existe apenas para alimentar os que dela fazem parte, deixando o resto do país à mercê da pobreza, da degradação e da estagnação.

Francisco Gonçalves

Créditos para IA, DeepSeek e chatGPT (c)

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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