Democracia e Sociedade

O Eixo Pequim-Moscovo-Teerão: A Nova Ameaça à Ordem Global?

Enquanto Donald Trump continua a estreitar laços com Vladimir Putin, ignorando as preocupações dos aliados ocidentais, China, Rússia e Irão fortalecem a sua aliança militar, realizando exercícios navais conjuntos no norte do Oceano Índico. A operação, denominada Security Belt 2025, decorre entre 11 e 15 de março e conta com a participação de várias nações como observadoras, incluindo o Paquistão, Emirados Árabes Unidos e África do Sul.

Esta demonstração de força não é um simples exercício naval. Trata-se de um claro desafio à hegemonia ocidental, um sinal de que o equilíbrio de poder global está a mudar rapidamente, enquanto os EUA, sob a administração errática de Trump, enfraquecem as suas alianças e permitem que os adversários reforcem os seus laços militares.


1. O Que Significa Este Exercício Conjunto?

1.1 O Fortalecimento de Uma Nova Ordem Multipolar

Nos últimos anos, Rússia, China e Irão têm aprofundado a sua cooperação em diversas áreas, com um foco especial na segurança e defesa. Esta aliança:

  • Desafia diretamente o domínio militar ocidental, com especial impacto na presença naval dos EUA e da NATO.
  • Cria um bloco alternativo à influência dos EUA e Europa no comércio marítimo, essencial para o fluxo global de petróleo e mercadorias.
  • Demonstra que os adversários do Ocidente estão a preparar-se para um futuro onde os EUA e os seus aliados estarão enfraquecidos e descoordenados.

1.2 Um Exercício Naval com Implicações Globais

As operações que serão realizadas em Security Belt 2025 não são apenas simbólicas. Treinarão ataques a alvos marítimos, operações de busca e apreensão, e controle de danos, capacidades essenciais para operações de guerra naval.

Estas manobras preparam os três países para conflitos futuros onde poderão desafiar o Ocidente, seja no Estreito de Ormuz, no Mar do Sul da China ou no Atlântico Norte.


2. O Papel de Trump: O Facilitador da Expansão Russa e Chinesa

Se em outros tempos os EUA teriam tomado medidas estratégicas para conter esta aliança emergente, a administração de Trump tem feito exatamente o contrário:

  • Afastou-se da NATO, deixando a Europa mais vulnerável.
  • Reduziu o apoio à Ucrânia, o que fortalece Putin e incentiva agressões futuras.
  • Criou uma rutura com aliados históricos, fazendo com que países como a Arábia Saudita e o Paquistão se aproximem da China.

Enquanto Trump se humilha perante Putin, a Rússia expande a sua influência, aliando-se ainda mais à China e ao Irão para consolidar um bloco anti-ocidental cada vez mais poderoso.


3. O Que Está em Jogo para o Ocidente?

O norte do Oceano Índico e a região circundante são estratégicos para o comércio global e segurança energética. O facto de China, Rússia e Irão realizarem exercícios conjuntos nesta área representa uma ameaça direta ao domínio marítimo ocidental:

  • O Estreito de Ormuz (Irão) é uma passagem essencial para o transporte de petróleo do Médio Oriente. Qualquer instabilidade aqui pode afetar o mercado energético global.
  • O Mar do Sul da China é disputado por várias nações e crucial para o comércio asiático. A China já militarizou várias ilhas na região e, com o apoio da Rússia, poderá desafiar ainda mais os EUA.
  • A presença russa e chinesa no Índico ameaça diretamente a influência das marinhas ocidentais, especialmente da 5ª Frota dos EUA e das forças da NATO.

Se Trump continuar a negligenciar estas ameaças, os EUA poderão, em breve, perder a capacidade de projetar poder nestas regiões, cedendo espaço para o avanço dos seus adversários.


4. O Que Podemos Esperar no Futuro?

Com os EUA cada vez mais distantes da Europa e menos envolvidos na Ásia, China, Rússia e Irão vão continuar a expandir a sua influência militar e política.

  • Outros países poderão juntar-se a esta aliança, enfraquecendo ainda mais a posição do Ocidente.
  • A NATO e a União Europeia terão de acelerar os seus planos de defesa autónoma, pois os EUA já não são um aliado confiável.
  • O risco de conflitos regionais aumentará, com potenciais crises em Taiwan, no Médio Oriente e no Leste Europeu.

5. Conclusão: O Mundo a Caminho de Um Novo Equilíbrio de Poder

O Security Belt 2025 não é apenas um exercício militar – é um aviso claro de que a ordem mundial está a mudar.

Enquanto Trump enfraquece o Ocidente com as suas políticas erráticas e alianças questionáveis, Rússia, China e Irão aproveitam-se da situação para consolidar o seu poder e desafiar o domínio global dos EUA.

A pergunta que fica é: quando o Ocidente perceber o erro, já será tarde demais?

Francisco Gonçalves

Créditos para IA, chatGPT e Gemini (c)

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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