Democracia e Sociedade

A Queda de Montenegro e o Harakiri Político do PSD

O governo de Luís Montenegro caiu hoje, depois de a sua moção de confiança ter sido rejeitada pelo PS. Sem surpresa, Montenegro insiste na sua legalidade e na sua capacidade para continuar a liderar o PSD, recusando-se a assumir responsabilidades políticas pelos escândalos que minaram a sua credibilidade. O mais preocupante, no entanto, não é a sua teimosia pessoal, mas sim a cegueira do PSD em permitir que ele continue a ser o rosto do partido nas próximas eleições.

Montenegro: Um Fardo Político

A realidade é clara: Montenegro não tem mais condições para ser primeiro-ministro, e insistir na sua candidatura será um erro fatal para o PSD. A sua imagem está desgastada, e a teimosia em manter-se na liderança só reforça a perceção de que os partidos políticos se tornaram clubes privados onde os interesses individuais se sobrepõem ao bem comum.

O problema do PSD não é apenas a queda do governo, mas sim o legado que Montenegro deixa atrás de si:

  • Um escândalo de conflito de interesses que, embora legal, é moralmente indefensável.
  • Uma governação frágil, incapaz de apresentar reformas estruturais para o país.
  • Uma imagem de descrédito, associada a um partido que parece mais preocupado em garantir poder interno do que em responder às necessidades dos portugueses.

A questão que se coloca agora é: o PSD vai seguir Montenegro até ao precipício ou vai procurar uma alternativa capaz de restaurar a confiança dos eleitores?

O PSD Precisa de Renascer

Se o PSD quiser ter hipóteses nas próximas eleições, precisa de se libertar de Montenegro imediatamente. Não há volta a dar: manter um líder desacreditado à frente do partido será um harakiri político, permitindo ao PS e ao Chega capitalizarem a fraqueza da direita tradicional.

O país precisa de uma alternativa sólida ao PS, mas essa alternativa não pode ser representada por alguém com um histórico já comprometido. O PSD deve escolher uma nova liderança, com um percurso de ética e moral irrepreensíveis, alguém capaz de unir o partido e apresentar um projeto reformista credível para Portugal.

Se Montenegro insistir na candidatura e o PSD o seguir, o resultado será previsível: uma derrota esmagadora nas urnas, o crescimento do Chega e mais um ciclo de governação socialista que manterá o país no mesmo marasmo de sempre.

O tempo para decisões estratégicas é agora. O PSD precisa de perceber que esta é a sua última oportunidade para evitar o colapso político. Se errar o próximo passo, pode muito bem condenar-se à irrelevância por muitos anos.

Francisco Gonçalves

Créditos para IA, DeepSeek e chatGPT (c)

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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